Porto Alegre, 14 de agosto de 2020 – O mercado brasileiro de milho mantém um cenário de preços firmes, em pleno período de colheita de uma safrinha robusta, de 74 milhões de toneladas, pelo fato dos produtores estarem capitalizados, o que permite um movimento de retenção de oferta de forma especulativa. A avaliação é do analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari, durante a Live de SAFRAS no Instagram nesta sexta-feira.
Molinari afirma que o produtor negociou parte da safrinha e está armazenando o restante que vem sendo colhido. “Por conta disso não haverá falta de milho no Brasil até o final do ano, mas os preços deverão seguir em patamares elevados, de acordo com a disposição do produtor em vender o cereal”, analisa.
O analista destaca que a demanda neste momento está aquecida pelo cereal, tanto nos setores consumidores, como o de aves – que elevou muito o alojamento de pintos de corte – quanto por parte das tradings e exportadores, o que faz com que a fila de navios para embarque esteja bem expressiva neste momento.
Molinari alerta que os setores demandantes de milho devem estar atentos a buscar um volume de oferta que seja suficiente para abastecer as necessidades no primeiro semestre de 2021, uma vez que a safra de verão será novamente pequena diante da preferência dos produtores no cultivo da soja. “Pode haver falta de oferta em alguns estados no verão, o que incorreria na necessidade de importação do cereal”, pontua.
O analista destaca ainda que não existe um limite de preço para o milho, que será definido pelo potencial de venda dos produtores. “Em algum momento o produtor irá vender e o preço cair. Neste momento eu diria que o limite do cereal estaria no patamar de preço praticado na importação, ao redor de R$ 68,00”, sinaliza.
Revisão: Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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