Porto Alegre, 04 de junho de 2024 – A Bolsa de Mercadorias e Futuros de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços acentuadamente mais altos.
A montanha-russa do arábica em NY voltou a estar ativa nesta terça. A bolsa iniciou o dia apresentando perdas, com movimentos de realização de lucros após os ganhos da sessão anterior, correções técnicas e também refletindo um relatório do adido do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) que apontou uma boa safra brasileira nesta temporada 2024/25.
O dólar em alta contra o real no Brasil também era aspecto negativo para o café. Porém, o mercado não rompeu suportes na descida e foi reagindo. Passou a operar no terreno positivo e foi rompendo resistências, superando a importante linha de US$ 2,30 a libra-peso. Stops de vendidos foram acionados, o que acelerou o movimento positivo.
Afora a parte técnica, há preocupações fundamentais com a safra brasileira de arábica e de conilon e também com a safra de robusta do Vietnã, ou seja, dos dois maiores países produtores globais. No Brasil, há indicações de rendimentos abaixo das expectativas tanto para o conilon quanto para o arábica. No arábica, grãos miúdos e com qualidade afetada. Em ambos os casos (conilon e arábica), isso é reflexo no Brasil do clima quente e muito seco ano passado no pós-floradas, especialmente.
No Vietnã, o clima segue seco e ameaça a safra que será colhida no último trimestre de 2024, o que puxa o robusta para cima em Londres e também afeta o arábica em NY.
A produção total de café do Brasil deverá totalizar 69,9 milhões de sacas de 60 quilos na safra 2024/25 (julho-junho), de acordo com estimativa do adido agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Brasília. Se confirmado, o volume de produção representará um crescimento de 5,4% em relação ao que foi colhido na temporada anterior (66,3 milhões de sacas)
A produção de café arábica deverá atingir 48,2 milhões de sacas e a produção de robusta/conilon deverá ser de 21,7 milhões de sacas. Ambas as previsões representam aumentos sobre a temporada 2023/24.
A maior demanda pelo café brasileiro, acompanhando o declínio na produção de outros importantes países produtores de café, também levará a um aumento nas exportações. O adido do USDA prevê que as exportações totais de café para o ano 2024/25 sejam de 46,65 milhões de sacas, um aumento de 2,4% em relação a 2023/24.
Os contratos com entrega em julho/2024 fecharam a 233,90 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 7,35 centavos, ou de 3,2%. A posição setembro fechou a 232,70 centavos, com ganho de 7,20 centavos, ou de 3,2%.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) – Safras News
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