Porto Alegre, 05 de maio de 2020 – O mercado físico brasileiro de café voltou a registrar preços mais altos no Brasil nesta terça-feira. A Bolsa de Nova York voltou a subir para o arábica e o dólar também avançou, cenário completo favorável à valorização dos grãos no mercado interno.
Thank you for reading this post, don't forget to subscribe!A comercialização seguiu bem regionalizada, com boa procura para cafés novos em algumas regiões com maior interesse dos compradores. Foi o caso da Zona da Mata. No cerrado mineiro, por exemplo, teve reporte de lote grande negociado para venda futura e bom interesse pelos cafés finos. Mercado variando bastante na procura e volume de negócios de acordo com o tipo de café e para produto safra nova.
No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 590,00/595,00 a saca, contra R$ 580,00/585,00 de ontem. No cerrado mineiro, preço de R$ 610,00/615,00, contra R$ 600,00/605,00 anteriormente.
Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 400,00/405,00, contra R$ 390,00/395,00 do dia anterior. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 337,00/343,00 a saca, contra R$ 335,00/340,00 de ontem.
Nova York
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços acentuadamente mais altos.
Foi uma sessão de forte recuperação para o arábica na Bolsa de NY, que rompeu e fechou acima da importante linha de US$ 1,10 a libra-peso. O mercado subiu com reação técnica, cobertura de posições vendidas, acompanhando a forte valorização do petróleo. Além disso, apreensão com o clima no Brasil deu suporte aos preços, como destaca o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach.
Na parte do clima, a previsão de chuvas para os próximos dias no cinturão cafeeiro do Brasil, podendo atrapalhar o começo da colheita, foi fator positivo para os preços. Além disso, mesmo que sem riscos de geadas, a chegada de uma massa de ar polar às áreas produtoras brasileiras traz cautela e deu também suporte às cotações.
A produção global de café no ano-safra 2019/20 (outubro-setembro) deve totalizar 168,006 milhões de sacas, queda de 1,8% na comparação com 2018/19 (171,102 milhões de sacas), disse a
Organização Internacional do Café nesta terça-feira em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado. Em abril, a OIC indicara a produção global em 168,864 milhões de sacas.
A produção mundial de café arábica está estimada em 95,371 milhões de sacas em 2019/20 (-5,2%). Por outro lado, a safra de robusta deve aumentar 3,1%, totalizando 72,634 milhões de sacas. Já o consumo global de café em 2019/20 é visto pela OIC em 166,058 milhões de sacas, com crescimento anual de 0,5% (165,269 milhões de sacas em 2018/19). Em abril, a OIC indicara o consumo global de 2019/20 em 169,337 milhões de sacas.
Se todos esses números forem confirmados, o mercado global de café terá um superávit entre a oferta e a demanda na ordem de 1,948 milhão sacas em 2019/20, após um excedente de 5,832 milhões de sacas observado em 2018/19. Em abril, a OIC projetava um déficit de 474 mil sacas para 2019/20.
Os contratos com entrega em julho fecharam o dia a 110,65 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 3,45 centavos, ou de 3,2%. A posição setembro fechou a 111,85 centavos, alta de 3,40 centavos, ou de 3,1%.
Câmbio
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com alta de 1,17%, sendo negociado a R$ 5,5900 para venda e a R$ 5,5880 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,4830 e a máxima de R$ 5,6030.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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