Porto Alegre, 30 de julho de 2020 – A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços acentuadamente mais altos.
Desde a abertura o mercado mostrou que iria ser mais uma sessão de ganhos. O mercado disparou e superou barreiras técnicas, buscando um novo “teto”. Ao final, reduziu um pouco os ganhos, com algumas correções e realizações de lucros, mas ainda com sólida valorização. Foi um movimento forte de alta levando-se em conta que o dia não foi de bom humor nos mercados, com o petróleo caindo e a maior parte das bolsas de valores recuando com notícias negativas de dados econômicos pela Europa e Estados Unidos.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o arábica deu sequência ao rally e rompeu novas resistências. Indicou que a troca de contratos, com operadores rolando a posição setembro/20 em direção a dezembro/20 deu dinâmica ao movimento, que também ganhou impulso técnico. “Em linhas gerais, o mercado alterou o foco ao elevar a influência da safra brasileira 2021 e da retomada da atividade global sobre os preços. A perspectiva de um dólar mais fraco mundialmente também pesa a favor da alta do preço do café”, avalia. A safra brasileira de 2021 será menor dentro do ciclo bienal da cultura e após uma safra recorde em 2020 que vai se confirmando.
No curto prazo, pondera Barabach, o mercado tende a seguir volátil e vulnerável a correções negativas, em meio ao processo de recuperação das cotações com a troca de perspectiva. O fundamental fraco no curto prazo, com a colheita de uma produção recorde no Brasil, deve continuar limitando as investidas de alta.
Tecnicamente muito firme, o consultor indicou que a posição Dezembro/20 rompeu o patamar de 115 cents e chegou a trocar de mãos a 120 cents. “Acabou devolvendo parte dos ganhos, mas sustenta ao bom aspecto técnico. Assim, a bebida ampliou a distância positiva em relação ao parâmetro de 100 períodos e rompeu a média de 200 períodos, o que reafirma o status altista do movimento de preços”, salienta. O objetivo de alta é vencer a resistência em 120 cents e 121,55 cents para depois atacar o duplo topo em 129,30 cents, comenta. Na parte de baixo, alerta para o parâmetro de 200 períodos, pois a perda dessa linha pode reativar as ordens de venda e facilitar o caminho em direção à referência de 110 cents e mais abaixo à média de 100 períodos.
Os contratos com entrega em setembro fecharam o dia a 115,35 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 3,75 centavos, ou de 3,4%. A posição dezembro fechou a 118,25 centavos, com elevação de 3,75 centavos, ou de 3,3%.
Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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