Café tem dia de baixas no Brasil com recuo do dólar

1058

     Porto Alegre, 28 de abril de 2020 – O mercado físico brasileiro de café apresentou preços mais baixos nesta terça-feira. Apesar da alta em Nova York para o arábica, as cotações foram pressionadas no Brasil pela forte desvalorização do dólar. Com a entrada da safra, com a colheita já evoluindo em algumas áreas, o movimento de negócios tem variado bastante de acordo com a região e tipo de café.

     O mercado está apresentando boa demanda pelo conilon com o começo da colheita. Assim, no Espírito Santo e Rondônia o mercado está mais ativo, com as indústrias influenciando para que as cotações sigam firmes. Outra regiões, como na Zona da Mata, há boa demanda pelos cafés novos que vão surgindo.

     Por outro lado, em regiões como Sul de Minas Gerais, Cerrado mineiro e São Paulo, o mercado está mais calmo, com alguns negócios isolados. Nessas regiões são pouquíssimos os cafés novos, ou ainda não há café novo.  O comprador sentiu a queda do dólar e baixou suas bases, mas por causa da alta na ICE recuou pouco no físico e mais no mercado futuro. Apesar da queda do dólar, a moeda americana ainda continua sólida.

     No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa ficou em R$ 595,00/600,00 a saca, contra R$ 600,00/605,00 de ontem. No cerrado mineiro, preço de R$ 600,00/605,00, contra R$ 605,00/610,00 do dia anterior.

     Já o café arábica “rio” tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais, com 20% de catação, teve preço de R$ 395,00/400,00, contra R$ 410,00/415,00 de ontem. O conilon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, teve preço de R$ 330,00/335,00 a saca, contra R$ 410,00/415,00 anteriormente.

Nova York

     A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta terça-feira com preços mais altos.

     Após ter acumulado perdas de mais de 9% na semana passada, e de cair novamente nesta segunda-feira, NY enfim teve um pregão de recuperação técnica. Cobertura de posições vendidas garantiu sustentação aos preços, além do movimento de baixa do dólar contra o real no Brasil. A entrada da safra brasileira, que tende a ser recorde, e a queda do petróleo limitaram os avanços.

     Os contratos com entrega em julho fecharam o dia a 107,60 centavos de dólar por libra-peso, com elevação de 1,40 centavo, ou de 1,3%. A posição setembro fechou a 108,60 centavos, alta de 1,30 centavo, ou de 1,2%.

Câmbio

     O dólar comercial encerrou a sessão de hoje com baixa de 2,73%, sendo negociado a R$ 5,5130 para venda e a R$ 5,5110 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 5,4740 e a máxima de R$ 5,6230.

    Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

Copyright 2020 – Grupo CMA