Café reage em julho em NY com dólar fraco e ganhos em outros mercados

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     Porto Alegre, 28 de julho de 2023 – O mercado internacional de café teve um mês de julho de reação nos preços, sobretudo ao final do período. As cotações subiram tanto para o arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) quanto para o robusta em Londres. A baixa do dólar contra o real, especialmente, mas também contra outras moedas, e o melhor humor geral nos mercados financeiros puxaram essa recuperação. No Brasil, o mercado sentiu a entrada da safra e essa baixa do dólar.

Em NY, o café voltou a superar a importante marca de US$ 1,60 a libra-peso em julho. Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a alta do petróleo e a melhora no humor financeiro serviram de impulso para os ganhos da bebida, especialmente na metade final do mês. “A queda no dólar, especialmente frente ao real, também serviu de estímulo ao movimento corretivo do arábica em NY”, destaca.

“Porém, o fato é que esse impulso financeiro corretivo continua enfrentando barreiras fundamentais, como o bom avanço da safra brasileira 2023. A colheita no Brasil já se encaminha para o quarto final e o clima continua bastante favorável ao desenvolvimento dos trabalhos”, comenta. A baixa umidade tem favorecido tanto a colheita como a secagem do café. A produtividade das lavouras vem confirmando as expectativas de uma safra cheia de café arábica, observa o consultor. E o perfil de qualidade apresenta boa granação e bebida. “Enfim, um cenário bastante positivo para a safra”, avalia.

Ele lembra que o inverno oficialmente só termina em setembro, mas o período de maior risco às lavouras de café vai ficando para trás. “Isso reduz incertezas produtivas e colabora com pressão fundamental. Tal leitura reforça a ideia de que o movimento de alta atual do café está mais atrelado à volatilidade financeira do que a uma mudança na leitura fundamental”, analisa Barabach. Nesse sentido, é importante o produtor ficar atento às oportunidades, adverte.

O café robusta negociado em Londres também pegou carona no financeiro mais favorável e voltou a se aproximar do pico de alta do último mês de junho, quando a posição setembro/23 trocou de mãos a US$ 2.770 a tonelada. “É bom ressaltar que o fundamento de curto prazo do robusta, ao contrário do arábica, é altista, haja vista, a menor disponibilidade no Vietnã e a quebra de safra na Indonésia”, indica o consultor.

No balanço de julho, o contrato setembro do arábica na Bolsa de Nova York subiu 1,5% até o fechamento do dia 27, avançando de 159,00 para 161,45 centavos de dólar. O robusta em Londres subiu mais no comparativo, 7,3%.

O mercado físico brasileiro de café teve um mês de julho de altos e baixos, acompanhando as bolsas, flutuações do dólar e a evolução da colheita. O dólar comercial em julho até o dia 27 acumulou uma baixa de 0,6%.

Segundo Barabach, o mercado físico avançou muito pouco nos últimos dias de julho, encontrando dificuldade diante da barreira gerada pelo dólar fraco e, especialmente, por conta da pressão com a chegada de café novo no mercado. No Sul de Minas Gerais, a bebida boa gira em torno de R$ 815,00 a saca de 60 kg (dia 27 de julho), acumulando perda em relação ao final de junho, quando trabalhava em R$ 825,00 a saca.

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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