Porto Alegre, 25 de agosto de 2023 – Após bater nos patamares mais baixos em sete meses na semana passada, os últimos dias foram de recuperação para os preços do café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza a comercialização global. As apreensões financeiras que pressionaram as commodities e o café no embalo foram aliviadas, o dólar, que havia subido, recuou, e trouxe espaço para uma reação nas cotações. NY voltou a trabalhar acima da importante linha técnica e psicológica de US$ 1,50 a libra-peso.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, ainda refém da volatilidade financeira, o café mostrou força de curto prazo em NY. “A expectativa de um Fed (Banco Central americano em sua decisão dos juros do país) mais brando, depois de indicativos fracos da economia norte-americana, anima os mercados, destravando ativos de risco. E isso acabou se refletindo negativamente sobre o dólar e a favor da recuperação do preço do café”, comenta.
No Brasil, como destaca Barabach, a apreciação do real frente ao dólar foi ainda mais expressiva, recebendo um impulso adicional da aprovação no Congresso do arcabouço fiscal. “A melhora no ambiente econômico fez a posição Dezembro/2023 de café em NY não só se afastar positivamente da linha de 150 cents como convergir em direção ao antigo suporte em 155 cents, buscando se recuperar do escorregão financeiro da semana passada”, avalia.
No lado fundamental, há pouca novidade. A safra brasileira 2023 cheia e a melhora no fluxo de embarques no Brasil já foi precificada pelo mercado. E, de acordo com o consultor de SAFRAS, a atenção fundamental agora deve se deslocar para as chuvas em setembro e outubro e o desenvolvimento das floradas da safra 2024. “Os modelos climáticos continuam indicando que as chuvas devem chegar mais cedo ao Brasil esse ano e com bom volume acumulado, especialmente nos meses de outubro e novembro. E isso abre a promessa de boas floradas, novamente”, indica.
A colheita da safra brasileira de café 2023/24 atingiu 95% até o dia 22 de agosto. É o que indica o levantamento semanal de SAFRAS & Mercado, mostrando avanço de 4 pontos percentuais em relação à semana passada, quando os trabalhos estavam em 91%. A colheita está no mesmo nível de igual período do ano passado (95%), e levemente abaixo da média de 5 anos para o período (96%). O destaque é o encerramento da colheita do conilon.
Assim, já foram colhidas 63,50 milhões de sacas de 60 quilos de uma safra total estimada por SAFRAS & Mercado de 66,65 milhões de sacas para 2023/24.
Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, a colheita de café no Brasil vai terminando, com clima seco favorecendo os trabalhos nesta reta final. A colheita de arábica alcança 93% da safra, restando em muitos casos apenas o repasse final ou o café de chão. Os trabalhos seguem em linha com igual período do ano passado, mas ligeiramente abaixo da média dos últimos 5 anos para o período, que gira em torno de 94% da colheita completada. Já os trabalhos com conilon estão encerrados.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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