Café dispara em NY e supera novamente US$ 1,80 com dólar fraco contra real

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     Porto Alegre, 05 de abril de 2023 – A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quarta-feira com preços acentuadamente mais altos.

As cotações dispararam em sessão volátil e NY fechou levemente acima da linha de US$ 1,80 a libra-peso no contrato maio diante da queda do dólar contra o real e de recuperação técnica. A baixa do dólar contra o real tira a competitividade do Brasil nas exportações, maior país produtor e exportador global em período de colheita.

As indicações de quedas recentes nos estoques certificados da Bolsa de NY, segundo traders, também sugerem um aperto momentâneo na oferta, em que pese a chegada da safra brasileira.

Outro aspecto altista no momento é o desempenho das exportações mundiais, em queda em relação ao ano passado. O déficit apontado na oferta contra a demanda pela Organização Internacional do Café (OIC) também é aspecto positivo para os preços.

As exportações de café em grão (verde) dos países membros e não-membros da OIC totalizaram 7,94 milhões de sacas de 60 quilos em fevereiro, quinto mês da safra mundial 2022/23, contra 9,95 milhões de sacas registradas no mesmo mês de 2022, queda de 20,23%.

    Já as exportações acumuladas da safra 2022/23, entre outubro e fevereiro, somam 43,77 milhões de sacas, queda de 8,5% em relação aos cinco primeiros meses da temporada 2021/22, quando foram embarcadas 47,85 milhões de sacas.

    Os embarques de café arábica totalizaram 5,610 milhões de sacas em fevereiro, com queda de 20,6% no comparativo anual, e caíram 11% entre outubro e fevereiro, somando 29,498 milhões de sacas. As exportações de café robusta atingiram 3,294 milhões de sacas em fevereiro, contra 3,802 milhões no mesmo mês do ano passado, queda de 13,4%. Nos primeiros cinco meses da temporada 2022/23, as exportações globais de café robusta diminuíram 14,1%, passando de 20,149 milhões de sacas para 19,158 milhões.

A produção global de café no ano-safra 2022/23 (outubro-setembro) deve totalizar 171,268 milhões de sacas de 60 quilos, ganho de 1,7% na comparação com 2021/22 (168,485 milhões de sacas), disse a OIC nesta quarta-feira em seu relatório mensal de acompanhamento do mercado.

    A produção mundial de café arábica deve atingir 98,559 milhões de sacas em 2022/23 (+4,6%). Por outro lado, a safra de robusta deve diminuiu 2,1%, totalizando 72,709 milhões de sacas.

    Já o consumo global de café em 2022/23, segundo OIC, atingirá 178,534 milhões de sacas, com alta anual de 1,7% (175,605 milhões de sacas em 2021/22). Com isso, o mercado global de café deve ter déficit entre a oferta e a demanda na ordem de 7,266 milhões de sacas em 2022/23, após um déficit de 7,120 milhões de sacas observado em 2021/22.

     Os contratos com entrega em maio/2023 fecharam o dia a 180,15 centavos de dólar por libra-peso, alta de 5,30 centavos, ou de 3,0%. A posição julho/2023 fechou a 179,00 centavos, valorização de 5,15 centavos, ou de 3,0%.

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     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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