Café deve ter semestre de preços firmes em NY com menor safra Brasil 2021-Live

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      Porto Alegre, 24 de julho de 2020 – O segundo semestre reserva uma boa possibilidade de preços firmes, mais altos, para o café na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), que baliza o mercado internacional. No curto prazo, o mercado pode ter alguma correção, mas no médio prazo a tendência é de cotações melhor sustentadas. A avaliação parte do consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, em live no Instagram de SAFRAS realizada nesta sexta-feira, com apresentação do jornalista e editor chefe da Agência SAFRAS, Dylan Della Pasqua. O tema da live foi “Safra, Consumo, Câmbio, Preços: Cenários para o Mercado de Café”.

     Barabach destacou a recente subida forte do café, que acumulou alta nesta semana em NY de 6% no contrato setembro, que fechou a US$ 1,0840 por libra-peso. Ele disse que a bolsa pode testar no curto prazo e superar a faixa de US$ 1,10. O mercado saiu da mesmice da pressão com a entrada da safra brasileira recorde e avançou diante de um maior otimismo pelo mundo com as notícias de apoio financeiro na Europa e vacina em evolução para a Covid-19, avaliou o consultor.

     Para ele, a leitura de curto prazo é que o mercado rompeu linhas técnicas, fugindo do patamar de US$ 1,00 a libra-peso. “Mas ainda está amarrado no fundamental, com a safra recorde no Brasil”, ponde. Por isso, acredita que os avanços nas cotações ainda estão limitados por essa safra brasileira, no curto prazo. “O mercado está sustentando os ganhos da terça-feira, e o próximo passo é romper resistências (US$ 1,10 é uma delas). As notícias ruins, como essa tensão entre Estados Unidos e China, trouxeram uma nuvem sobre os mercados e seguraram o otimismo”, salientou Barabach.

     Porém, o consultor diz que o segundo semestre será de melhor sustentação diante do olhar para a menor safra brasileira do próximo ano. Será uma safra menor diante da bienalidade da produção de café arábica do Brasil, que alterna anos de safra cheia (2020) com anos de produção menor (2021). A expectativa de queda na produção do Vietnã de robusta e perspectivas de reação do consumo também são fatores altistas para o café. Porém, Barabach diz que as incertezas financeiras ainda são grandes e ainda quanto tempo levará para a pandemia do coronavírus passar, com uma vacina, e os efeitos sobre os mercados. Destaca que o mundo depende muito da economia americana, que interfere no dólar, e o café depende muito desta moeda.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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