São Paulo, SP – O BTG Pactual divulgou as dez ações que compõem sua Carteira Recomendada 10Sim de abril, com a mudança de quatro ações. Mercado Livre, Copel, Eneva e Nubank entram no lugar de Eletrobras, Sabesp, B3 e TIM. Com isso, as ações escolhidas são: Weg, Cury, Equatorial Energia, Itaú Unibanco, Suzano, Petrobras, Mercado Livre, Copel, Eneva e Nubank
Em março, o desempenho do nosso portfólio 10SIM foi de 6,5%, acima do Ibovespa (5,9%) e do IBrX-50 (6%). O Ibovespa teve um bom desempenho em março (alta de 5,9% em real e 7,1% em dólar), encerrando o primeiro trimestre com uma alta robusta de 17% em dólar, acompanhando de perto os fortes desempenhos da Colômbia (+22% no acumulado do ano) e do Chile (+19%)
O banco de investimentos disse que nos últimos meses tem reduzido a exposição da carteira a exportadores e removendo empresas puramente pagadoras de dividendos. Por outro lado, a carteira trouxe aumento da exposição a empresas de serviços básicos e nomes do setor financeiro com beta mais alto (primeiro a B3 e agora o Nubank).
“Estamos substituindo a B3 pelo Nubank (mantendo o Itaú) após a forte recuperação do primeiro em março (+16%). O NU caiu 23% em dólar nos últimos 6 meses e agora está sendo negociado a 20x P/L para 2025, o que parece atraente considerando as promissoras perspectivas de crescimento do banco. Também estamos trocando a TIM (+10% em março e +25% no acumulado do ano) pelo MELI. Embora caro (negociado a 39x P/L para 2025), o posicionamento competitivo exclusivo do MELI na região, a forte alavancagem operacional e o ecossistema excepcional apoiam nossas estimativas de forte crescimento do LPA (CAGR de 29% entre 2024-2028 em dólar)”, explicou o BTG.
A análise também destacou a manutenção da exposição a Serviços Básicos em 30%, mas com as mudanças da Eletrobras e Sabesp por Copel e Eneva e a mantendo a Equatorial. “A reestruturação da Copel está progredindo bem e, embora esteja pagando bons dividendos, uma nova política de dividendos, que deve ser anunciada em maio, pode ajudar o desempenho das ações. Em relação à Eneva, acreditamos que o leilão de capacidade de reserva de junho poderia funcionar como um gatilho relevante para as ações. Ela é negociada a uma TIR real de 11%, mesmo que não consiga recontratar suas usinas térmicas do complexo do Parnaíba, mas se conseguir a TIR salta para 14%”,
destacou.
A carteira manteve inalterada a exposição a exportadores, representando 20%, dividida entre a WEG e a Suzano. Também foi mantida a Petrobras, o que dá à carteira uma exposição extra a câmbio e um forte pagamento de dividendos (Dividend yield de cerca de 14% para 2025). A Cury, construtora de imóveis de baixo renda, completa a 10SIM.
CONJUNTURA
Mesmo após o bom desempenho, as ações brasileiras estão sendo negociadas a múltiplos que acreditamos serem atraentes. Excluindo a Petrobras e a Vale, as ações brasileiras estão sendo negociadas a 8,7x P/L12 meses à frente (7,6x incluindo essas empresas), um pouco mais de 1 desvio padrão abaixo da média.
Considerando que as taxas reais de longo prazo ainda estão altas (atualmente em 7,6%), após o bom desempenho recente das ações locais, o prêmio para manter ações diminuiu para 3,9%, abaixo dos 5% no final de 2024. Mas o prêmio ainda está acima da média histórica (3,1%).
Em nossa opinião, para que as ações locais continuem a subir de forma consistente, as taxas reais de longo prazo precisam cair. Dito isso, para uma redução mais pronunciada nas taxas reais a longo prazo no Brasil, o governo teria que implementar medidas estruturais para reduzir o ritmo de expansão da dívida, o que parece altamente improvável.
O aumento da percepção de risco do Brasil se reflete na diferença cada vez maior entre as taxas reais de longo prazo do Brasil e dos EUA, que agora está perto de um desvio padrão acima da média (5,7%). Naturalmente, a redução das taxas reais de longo prazo nos EUA ajudaria o Brasil, mas acreditamos que uma grande parte da redução das taxas reais de longo prazo do Brasil teria de vir de uma melhor percepção de risco político/fiscal.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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