São Paulo, SP – A Braskem divulgou o balanço do primeiro trimestre de 2025, com lucro líquido de R$ 698 milhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período de 2024. Segundo a companhia, o resultado positivo reflete, principalmente, o impacto de R$ 1,9 bilhão de variação cambial positiva no resultado financeiro; e da margem bruta de 6,73%, um aumento de 0,7 p.p. em relação ao trimestre anterior.
O Ebitda (lucros antes dos juros, tributos, depreciação e amortização) recorrente foi de R$ 1,3 bilhão, alta de 16% em relação ao 1T25. A receita líquida foi de R$ 19,5 bilhões, alta de 9% em comparação ao 1T24.
A geração de caixa operacional foi negativa em R$ 936 milhões. Este resultado é explicado, principalmente, pela variação negativa de capital de giro, em função principalmente da gestão de estoques de matéria-prima e produto acabado em função de paradas programadas. O consumo recorrente de caixa foi de R$ 2,4 bilhões em função, principalmente, dos pagamentos semestrais de juros dos títulos de dívida emitidos no mercado internacional pela Companhia, que se concentram no 1º e 3º trimestres do ano. Considerando os desembolsos referentes ao evento geológico de Alagoas, a Companhia apresentou um consumo de caixa de R$ 2,7 milhões no 1T25.
O saldo da dívida bruta corporativa encerrou o trimestre em US$ 8,6 bilhões, em linha com o trimestre anterior. O prazo médio da dívida é de cerca de 9 anos, sendo 68% dos vencimentos concentrados a partir de 2030.
Ao final do 1T25, a Companhia manteve um patamar de caixa de cerca de US$ 2 bilhões, suficiente para cobrir os vencimentos de dívida dos próximos 33 meses, sem considerar a linha de crédito rotativo internacional de US$ 1 bilhão disponível até dezembro de 2026. A relação dívida líquida/EBITDA recorrente passou de 10,53x para 7,51x, queda de 29% em relação ao 1T24.
O saldo da provisão referente ao evento geológico em Alagoas ao final do período foi de R$ 5,1 bilhões, menor (-9%) em relação ao saldo ao fim do 4T24. A reversão da provisão de aproximadamente R$ 47 milhões foi registrada após a atualização do ajuste a valor presente, decorrente da revisão da estimativa de desembolsos.
“A reversão da provisão no 1T25 se refere principalmente a atualização do ajuste a valor presente pela revisão da estimativa de desembolsos. Em 2024, o complemento da provisão é explicado, principalmente, pela revisão das estimativas de custos referentes a atualizações no plano de fechamento das frentes de lavra; pela implementação e avanço na maturidade de projetos, iniciativas e programas presentes nas frentes de atuação em Alagoas; e pela atualização monetária no total de R$ 4 milhões reportada na rubrica de despesa financeira. Do montante ao
final do 1T25 de R$ 468 milhões: R$ 286 milhões referem-se a pagamentos efetuados; e R$ 182 milhões foram reclassificados para o grupo de Outras obrigações, que totaliza um saldo de R$ 431 milhões referente a contas a pagar do evento geológico em Alagoas”, explicou a companhia.
OPERACIONAL
O volume de vendas de resinas no Brasil recuou 4% na comparação anual, reflexo, principalmente, pelo menor volume de vendas de PE e PP em função da contínua priorização de vendas com maior valor agregado; e menor volume de vendas de PVC em função da maior oferta de produto globalmente. Em relação ao 4T24, o volume de vendas permaneceu em linha, com destaque para aumento no volume de vendas de PE e PP em 2% e 3%, respectivamente, compensado pela redução no volume de vendas de PVC em 16%.
O volume de vendas permaneceu em linha em relação ao 4T24 com destaque para aumento no volume de vendas de PE e PP em 2% e 3%, respectivamente, compensados pela redução no volume de vendas de PVC em 16%.
O volume de vendas dos principais químicos no mercado brasileiro recuou 5%, na comparação anual, no volume de vendas de resinas no Brasil, reflexo, principalmente, pelo maior volume de transferências internas de eteno e propeno para produção de resinas. A petroquímica vendeu ao todo 632 mil toneladas no 1T25. Em relação ao quarto trimestre de 2024 (4T24), as vendas recuaram 8%.
As exportações foram maiores em relação ao 4T24 (+24%) em função, principalmente, do maior volume de vendas de butadieno, paraxileno e tolueno dada a maior disponibilidade de produto para exportação devido com a menor demanda do mercado brasileiro. A redução (-14%) em relação ao 1T24 é explicada principalmente, pelo menor volume de vendas de benzeno dada a menor disponibilidade de produto para venda relacionada a impactos operacionais na central do Rio Grande do Sul; e paraxileno, em função de menor demanda no mercado brasileiro.
A taxa média de utilização das centrais petroquímicas cresce 4 pontos percentuais em relação ao 4T24, em função, principalmente, da maior eficiência das centrais petroquímicas com destaque para a gestão de estoques realizada na central base gás do Rio de Janeiro em antecipação à parada programada desta central prevista para ocorrer no 3T25.
Nos Estados Unidos e na Europa, o volume de vendas de PP recuou 2%, explicado, principalmente, pelo menor volume de vendas de PP na Europa em função do maior volume de importação na região combinada com a demanda enfraquecida. Na comparação com o último trimestre do ano passado, as vendas cresceram 11%, refletindo a maior disponibilidade de produto para venda nos Estados Unidos e na Europa; e o aumento gradual da demanda de PP nos Estados Unidos
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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