Porto Alegre, 3 de dezembro de 2025 – O Brasil deve encerrar 2025 com exportações recordes de carne suína e pode assumir, pela primeira vez, a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Em coletiva online, o presidente Ricardo Santin afirmou que o desempenho do setor surpreendeu até as expectativas mais otimistas e reflete a preparação em biosseguridade dos últimos anos.
A ABPA projeta que novembro deve fechar próximo de 120 mil toneladas embarcadas, consolidando o ritmo anual. Com isso, o país deve alcançar 1,49 milhão de toneladas exportadas em 2025, alta entre 10% e 11%, volume suficiente para ultrapassar o Canadá, que deve terminar o ano abaixo de 1,35 milhão de toneladas, segundo dados acumulados até agosto.
A produção brasileira deve chegar a 5,55 milhões de toneladas, sustentada pelo aumento do peso dos animais e pela demanda internacional. O mercado interno também mantém força, com oferta estimada em 4,06 milhões de toneladas e consumo per capita previsto em 19 quilos. Santin destacou que o crescimento das exportações não reduz a oferta ao consumidor brasileiro, já que o aumento da produção para atender outros mercados ajuda a diluir custos e sustentar preços internos.
O cenário de alta para 2026, segundo a ABPA, é favorecido pela boa disponibilidade de milho e soja, pela maior previsibilidade cambial e por uma safra que, mesmo com divergências entre Conab e mercado, deve garantir oferta confortável.
Enquanto isso, concorrentes enfrentam dificuldades: a União Europeia lida com novos focos de peste suína africana, inclusive na Espanha; os Estados Unidos registram queda de 3,5% nas exportações com o aumento do consumo doméstico; e o Canadá, por fim, mostra tendência de retração ao longo do ano.
O contexto, conforme aponta a ABPA, abre espaço para o Brasil consolidar sua presença em mercados estratégicos, como as Filipinas, hoje o principal destino da carne suína brasileira. O país enfrenta um dos piores surtos de PSA do Sudeste Asiático, o que limita a produção e faz com que o país aumente suas importações. Para Santin, os números entre os dois países mostram que o Brasil vive “um momento histórico”, impulsionado pela combinação de mercado firme, competitividade e estabilidade sanitária.
Pedro Diniz Carneiro – pedro.carneiro@safras.com.br (Safras News)
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