Porto Alegre, 17 de janeiro de 2025 – O Brasil fechou o ano de 2024 com recorde nas exportações de café, que chegaram a um total acumulado (verde mais industrializado) de 50,443 milhões de sacas de 60 quilos, com aumento de 28,5% na comparação com 2024 (39,245 milhões de sacas). Houve ainda aumento de 12,8% frente ao maior montante antecedente, registrado em 2020 (44,7 milhões de sacas). Os dados partem do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
A entrada de divisas no país em função dos embarques cafeeiros também alcançou o melhor desempenho na história do levantamento do Cecafé, puxada pelos recordes apurados em café verde e solúvel. De janeiro a dezembro do ano passado, as remessas renderam US$ 12,515 bilhões ao Brasil, avançando 55,4% sobre 2023 e 35,4% em relação ao maior montante antecedente, registrado em 2022.
De acordo com o Cecafé, o país remeteu 3,808 milhões de sacas de 60 kg de todos os tipos do produto ao exterior em dezembro do ano passado, obtendo uma receita cambial de US$ 1,145 bilhão, performance que representa queda de 8,1% em volume, mas alta de 42,2% no ingresso de divisas em relação ao mesmo período de 2023.
“Esse resultado foi puxado pelos embarques recordes das variedades arábica, que cresceram 20% ante 2023, e, principalmente, canéfora, que avançaram 98% no comparativo anual”, destaca o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
SAFRA 2024/25
As exportações brasileiras de café no acumulado entre julho e dezembro de 2024 somaram 26,049 milhões de sacas, gerando uma receita cambial de US$ 7,165 bilhões. Ambos os cenários são os maiores da história para o primeiro semestre de um ano safra cafeeiro no Brasil e foram impulsionados pelos recordes alcançados, em sacas e dólares, com os embarques de café verde e solúvel. Na comparação com os seis primeiros meses da temporada 2023/24, foram registrados crescimentos de 13% em volume e 59,4% em receita.
TIPOS DE CAFÉ
No acumulado dos 12 meses de 2024, o café arábica, com o envio de 36,946 milhões de sacas ao exterior, foi o mais exportado pelo país. Esse é o maior volume da história para essa espécie, equivale a 73,2% do total e implica alta de 19,8% na comparação com 2023.
Os cafés canéforas (conilon + robusta) vieram na sequência e apresentaram o maior avanço percentual nos embarques do ano passado, ao registrarem expressiva evolução de 97,9 pontos frente a 2023. Entre janeiro e dezembro de 2024, o país remeteu o recorde de 9,356 milhões de sacas ao exterior, o que gerou uma representatividade de 18,5% nas exportações totais.
O segmento do café solúvel, com seu segundo melhor desempenho na história ao exportar 4,093 milhões de sacas – avanço de 13% e 8,1% do total –, e o produto torrado e torrado e moído, com 48.687 sacas (-5% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.
RECEITA CAMBIAL
Ferreira explica que a performance histórica em volume e receita das exportações brasileiras reflete o cenário do mercado global, que vive momento de oferta restrita e a consequente elevação dos preços da commodity.
“Grandes produtores como Vietnã e Indonésia tiveram safras menores devido a adversidades climáticas. O Brasil, mesmo com uma colheita aquém do seu potencial, produziu o suficiente para honrar seus compromissos e, ainda, preencher a lacuna deixada pela falta de robusta dos concorrentes asiáticos. Com o consumo mundial se mantendo aquecido, foi natural o aumento dos preços e o crescimento dos ingressos com nossos embarques”, analisa.
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Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência Safras News
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