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Bolsa fecha estável, mas no mês avança 3,7%; dólar encerra a R$ 5,67

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São Paulo -A Bolsa reduziu as perdas no final do pregão e encerrou em queda de 0,01%, estável, no patamar dos 135 mil pontos. A última sessão de abril foi marcada por realização de lucros, após sete altas consecutivas, e em dia de recuo do PIB americano. As ações ligadas às commodities foram penalizadas. No mês, o Ibovespa subiu 3,7%.

As ações da Vale (VALE3) caíram 1,82% e as da Petrobras (PETR3 e PETR4) recuaram 1,53% e 1,86%.

Os investidores também digeriram o relatório de produção e vendas da Petrobras e os balanços referentes ao primeiro trimestre de 2025 do Santander Brasil (SANB11) e Weg (WEGE3). O resultado do Santander agradou o mercado e as ações subiram 3,94%, mas o da Weg frustrou os investidores e os papéis caíram 11,55%.

O principal índice da B3 caiu 0,01%, aos 135.066,97 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho recuou 0,25%, aos 137.060 pontos. O giro financeiro foi de R$ 28,1 bilhões. Em NY, as bolsas fecharam mistas.

Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, disse que “o Ibovespa passa por leve correção por conta das altas recentes [sete pregões seguidos]; não tivemos nada impactante para o mercado interno. Os investidores vendendo um pouco e realizando lucro das ações que subiram acima da média”.

Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, disse que “o último pregão do mês de abril está sendo marcado por um movimento de realização de lucros, após sete pregões consecutivos de alta. A divulgação do PIB dos EUA, que mostrou um recuo inesperado no primeiro trimestre do ano, voltou a trazer para a pauta o temor de recessão na maior economia do mundo. Esse cenário contribui para a queda nas principais commodities e reforça o movimento de realização de lucros no Ibovespa. O índice está sendo puxado principalmente pelas quedas nos setores de petróleo e materiais básicos. Por outro lado, o setor bancário tem limitado a queda, apresentando resiliência, e com destaque para o resultado positivo do Santander, divulgado pela manhã”.

Mais cedo, Ian Toro, especialista em renda variável da Melver, disse que dados da China e dos Estados Unidos puxavam a bolsa pra baixo.

“O PIB nos Estados Unidos, ADP-dados de empregos e PMI de manufatura mostram como o Brasil se comporta na sessão de hoje. A antecipação de compras [importação] feita pelos empresários americanos por conta das taxações de Donald Trump reflete no PIB -mais importações, menor produção, e menor PIB-. Já a inflação não veio ruim. O Fed entende que a alta da inflação é passageira por conta das tarifas, e os membros do banco central americano sinalizaram recentemente que estão mais preocupados com o desemprego que com a inflação, é uma luz no fim do túnel para cortar juros. Na sexta-feira (2) tem payroll e o mercado vai ficar bem atento”.

Mais cedo foi divulgado o PIB do 1T25 dos EUA, que recuou 0,3% em taxa anualizada em leitura preliminar. O mercado estimava alta de 0,4%. %. O índice de preços para os gastos pessoais (PCE), usado pelo banco central norte-americano como referência para inflação, subiu 3,6% no primeiro trimestre em base anualizada, após alta de 2,4% no quarto trimestre de 2024. O núcleo do PCE, que exclui do cálculo preços de alimentos e energia, teve alta de 3,5%, após aumento de 2,6% nos três meses anteriores.

Ainda nos Estados Unidos, também foi divulgado dados do mercado de trabalho. O setor privado americano criou 62 mil vagas de trabalho em abril, excluindo o setor rural, de acordo com relatório publicado pela Automatic Data Processing (ADP) e pela Macroeconomic Advisers. O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas- criação de 120 mil vagas. O número de vagas criadas em março caiu para 147 mil após revisão.

Na China, índice de gerentes de compras (PMI, sigla em inglês) do setor industrial em abril, que caiu para 49 pontos. O índice veio dentro abaixo das expectativas do mercado, que era de 49,9 pontos.

Na tarde desta quarta-feira, saíram os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados hoje pelo Ministério do Trabalho e Emprego, que mostraram que o Brasil criou 71.576 empregos formais em março. O resultado do mês passado foi consequência de 2.234.662 admissões e 2.163.086 desligamentos, ficando abaixo das expectativas do mercado, que oscilavam entre 185 mil e 200 mil vagas. Segundo analistas, a divulgação de dados bem abaixo do esperado contribui para uma forte queda dos juros futuros.

Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, disse que o Caged acabou frustrando as expectativas. “No fim das contas, apesar da surpresa baixista do Caged, a resiliência do mercado de trabalho reforça as preocupações da política monetária quanto ao risco de superaquecimento da atividade, que não tem trazido alívio para a inflação objetivo único do Banco Central. Seguimos projetando que o BC elevará a Selic em 50bps na reunião da próxima quarta-feira”,

Por sua vez, sobre o Caged, disse que “embora tenha criado, em termos líquidos, mais de 70 mil novos postos de trabalho, o número representa uma desaceleração frente aos 437 mil de fevereiro, além de ter frustrado a mediana das projeções de mercado, que apontava para 187,5 mil”.

Em relação aos dados do mercado de trabalho referente a março medidos pela Pnad, pela manhã, indicaram um resultado em linha com o esperado, com a taxa de desemprego subindo de 6,8% para 7,0%.

Sobre a Pnad, Sanchez avalia que os dados “evidenciam a força do mercado de trabalho, sustentado em patamares recordes de nível de ocupação”.

“Em termos dessazonalizados, estamos falando do ponto mínimo tanto da série histórica oficial iniciada em 2012 quanto da série “retropolada” com início em 1999. A população ocupada tem apresentado uma taxa de crescimento cerca de 90% superior à do crescimento da força de trabalho, o que justifica os repetidos recordes da taxa de ocupação. O rendimento médio real habitual também registrou forte avanço, atingindo R$ 3.275, o que representa uma alta interanual de 4,0%”.

O dólar comercial fechou a R$ 5,6750 para venda, com valorização de 0,78%. Às 17h08, o dólar futuro para maio tinha alta de 0,78% a R$ 5.660,500. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,42% a 99,66 pontos.

Após oito quedas seguidas, o dólar comercial reagiu aos dados do Produto Interno Bruto (PIB) e ao PCE (índice de preços para gastos pessoais), que subiu no trimestre.

Nos Estados Unidos, o PIB do 1T25 recuou 0,3% em taxa anualizada em leitura preliminar. O mercado estimava alta de 0,4%. O PCE ficou estável em março na comparação mensal, ante alta de 0,4% em fevereiro. Na comparação anual, o índice subiu 2,3% em março, menor que os 2,7% de fevereiro. Os números vieram dentro do esperado pelo mercado. O PCE é o indicador usado pelo banco central dos Estados Unidos (Fed) como referência para medir a inflação.

No âmbito doméstico, fatores técnicos como a formação da Ptax de fim de mês intensificaram as rolagens de contratos futuros no mercado local, com predominância de posições compradas após sequência de quedas. “No plano político, as críticas do presidente Donald Trump ao Fed e ao governo anterior, bem como as declarações de Xi Jinping sobre a urgência de inovar diante das tarifas norte-americanas, ampliam o ruído sobre cenários de comércio global e política monetária, contribuindo para que o dólar mantenha força mesmo diante de indicadores locais mais favoráveis”, diz Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, disse que a maior preocupação é com a inflação e a recessão não deve ser tão cedo. “O PIB não é tão ruim, mas a inflação que veio mais forte que se imaginava. Está tendo uma contaminação da inflação com essa questão tarifária. Esse número negativo do PIB é porque teve um salto gigantesco em importações -subiram 40% no 1T25 e isso joga a atividade pra baixo. Se pegar o consumo das famílias, investimentos e somar aos gastos do governo, mostra que o PIB expandiu 2,4% no 1T25. A questão é que a recessão que o mercado estava esperando vai ficar mais para o segundo semestre, se é que vai acontecer”. As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda com o mercado apostando em um aumento de 0,25 ponto porcentual (pp) na taxa básica de juros (Selic), no encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), semana que vem, dias 6 e 7. Por volta das 16h15 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,660% de 14,690% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,875%, de 13,945%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,455%, de 13,550%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,515% de 13,640% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, em uma sessão marcada por volatilidade, após dados mostrarem que a economia norte-americana se contraiu no primeiro trimestre, aumentando os temores de recessão entre os investidores.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,35%, 40.669,36 pontos
Nasdaq 100: -0,09%, 17.446,34 pontos
S&P 500: +0,15%, 5.569,06 pontos

 

Cynara Escobar, Dylan Della Pasqua e Darlan de Azevedo / Safras News

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