São Paulo -A Bolsa fechou estável, conseguiu se manter na marca dos 131 mil pontos, em uma sessão volátil com o mercado na expectativa para o anúncio das medidas tarifárias pelos Estados Unidos. Pão de Açúcar (PCAR3) disparou.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) caiu 0,51% e 0,26%. CSN (CSNA3) recuou 5,16%. Vale (VALE3) perdeu 0,45%. Na ponta positiva, os papéis do Pão de Açúcar (PCAR3) lideraram os ganhos 15,84% reagindo à proposta de mudança de membros do Conselho de varejista de alimentos.
O principal índice da B3 fechou em alta de 0,03%, aos 131. 190,34 pontos. O Ibovespa futuro subiu 0,86%, aos 133.280 pontos. O giro financeiro foi R$ 16,9 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam no positivo.
Bruna Sene, analista de renda variável da Rico, o mercado está com as atenções voltadas para as medidas tarifárias de Trump.
“Não tem grande trigger hoje, o mercado está operando com expectativa e certa cautela em relação ao anúncio de tarifa [logo mais]. Em relação à bolsa, é importante monitorar o que virá para ver se vai ter impacto mais setorial, alguns ativos específicos. O mercado está trabalhando com três opções, uma tarifa universal de 20%, tarifa recíproca por país ou uma tarifa reduzida por um grupo específico de nações. Em termos de ações, há um movimento misto e de rotação na nossa bolsa. Por exemplo, em materiais básicos, Petrobras e Vale caem, em contrapartida Klabin sobe. O setor financeiro opera misto”.
Bruna recomenda que “o investidor de bolsa Brasil mantenha uma carteira equilibrada para navegar em diferentes cenários por mais que haja um ambiente de cautela, incerteza e volatilidade. Não é só esperar a bolsa subir para começar a montar posição. Essa volatilidade gera e gerou oportunidades em março”.
Rodrigo Alvarenga, sócio da One Investimentos, comentou que o mercado está no aguardo do anúncio das tarifas de Donald Trump.
“Na sessão de hoje, a Bolsa deve seguir mais de lado esperando o que virá desse anúncio de Trump, que está marcado para ser feito após o fechamento do mercado. Se não vazar nada antes, o impacto será sentido na nossa bolsa amanhã. É difícil de fazer uma previsão certeira, de mensurar o efeito dessas medidas globalmente. O que é unânime entre os economistas é que essa guerra tarifária é inflacionária e detratora da atividade econômica, ou seja, PIB mais fraco e inflação mais alta global As ações que estão se commodities estão tendo performance mais negativa”.
O dólar comercial fechou em alta de 0,24%, cotado a R$ 5,6962. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pelo anúncio das medidas protecionistas norte-americanas, que deve ocorrer ainda hoje.
O economista da Valor Investimentos Ian Lopes acredita que o cenário ainda é incerto, e que é necessário esperar não apenas o anúncio das tarifas, mas também um eventual comentário do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o cenário geopolítico global.
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “o governo brasileiro está tentando se antecipar [às tarifas], com alguma reciprocidade. Isso trouxe alguma calmaria ao mercado. A situação parece muito mais nociva para os Estados Unidos do que para o resto do mundo. A dependência dos Estados Unidos já foi muito maior”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam próximas ao zero. A sessão foi marcada pela volatilidade que antecede o anúncio das tarifas protecionistas, previsto para acontecer ainda na tarde desta quarta.
Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 15,005% de 15,005% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,845%, de 14,855%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,610%, de 14,615%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,605% de 14,595% na mesma comparação.
Paulo Holland/ Agência Safras News