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Bolsa fecha em tímida queda e dólar em alta no pós-Fed; espera por Copom

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São Paulo -A Bolsa fechou em leve queda, praticamente estável, após a decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em manter inalteradas as taxas entre a banda de 4,25% e 4,5% ao ano, como precificado pelos investidores. Somado a isso, as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, não trouxeram surpresas.

A autoridade monetária deve esperar por dados econômicos e efeito das tarifas de Donald Trump na economia para as próximas reuniões. O mercado fica na expectativa para a definição da Selic e balanços corporativos, depois do encerramento do pregão

Os investidores também avaliaram os resultados corporativos referentes ao 1T25. Após balanço, as maiores quedas do Ibovespa foram RaiaDrogasil (RADL3), Vamos (VAMO3) e Vibra (VBBR3), com quedas de 14,75%, 7,05% e 3,90%, respectivamente.

Na ponta positiva, Klabin (KLBN11) subiu 2,67% após resultados acima do esperado, impulsionados pelo bom desempenho do segmento de papel e embalagens. A concorrente Suzano (SUZB3), que apresenta seus números após pregão, avançou 1,58%.

O principal índice da B3 caiu 0,08%, aos 133.397,52 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho recuou 0,26%, aos 135.310 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,5 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, disse que a decisão do Fed em manter os juros veio “sem nenhuma novidade; o texto fala em risco para os dois lados do mandato duplo, tanto aumento de desemprego, quanto inflação mais alta. Isso abre espaço para quem aposta em corte de juros, quanto para quem não vê espaço. Para o Fed, entre salvar a inflação ou salvar a economia, eles escolhem a segunda opção”.

Em relação à coletiva do Powell, Cruz disse “que não teve surpresa, ele não traz grandes respostas, vai aguardar para ver qual será o efeito das tarifas, o que foi dito pelos dirigentes [do Fed] nas últimas semanas. Faltam mais de 40 dias para a próxima reunião do Fed [17 e 18 de junho]. Se chegarem [EUA] a acordos com China e outros países, o país diminuiria um pouco a pressão nas expectativas para inflação e ajudaria no trabalho do Fed para voltar a enxergar uma inflação mais controlada e pensar em corte de juros. Ele [Powell] disse que achava improvável aumento da inflação e do desemprego ao mesmo tempo”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a decisão de juros e falas do Powell “não trouxeram novidades, por isso não mexeu com o mercado, à exceção do dólar que deve ser medo de um Copom menos duro. O que está chamando atenção e que acaba segurando o Ibovespa é a temporada de resultados que está sendo ruim. Após a divulgação dos resultados do 4T24, as empresas subiram; dessa vez, a maioria está sofrendo bastante, como vemos com Pão de Açúcar, Vamos e BBSeguridade. O balanço é um trigger para o fluxo virar. Hoje após o fechamento tem Bradesco e Copom”.

O economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, comentou sobre a decisão do FOMC, antes da coletiva do Powell: “Como esperado, o Federal Reserve manteve a taxa básica de juros americana inalterada entre 4,25% e 4,50%. A decisão deve ter pouco impacto sobre os preços dos ativos no mercado, que agora foca nas sinalizações do presidente do banco central, Jerome Powell, para os próximos passos da política monetária, dadas as circunstâncias desafiadoras relacionadas às políticas econômicas recentes”.

Para Igliori, a situação é um desafio porque a inflação causada por tarifas é diferente de um aumento de preços por excesso de demanda. “A manutenção dos juros, neste contexto, sinaliza um voto de confiança do banco central na força da economia americana, já que as condições de mercado de trabalho e outros indicadores econômicos continuam estáveis, com exceção da contração no PIB americano no primeiro trimestre – que ocorreu especialmente por conta de uma forte antecipação de importações relacionada aos efeitos das tarifas (importações são uma subtração no cálculo do PIB)”.

Mais cedo, Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, disse que o dia é de aversão ao risco antes da decisão do Fed e do Copom.

“O dia é de ansiedade entre os investidores. Os juros já estão precificados aqui, com aumento de 0,50 ponto porcentual (pp), e nos Estados Unidos a manutenção [banda entre 4,25% e 4,5%]. O mais relevante é a direção que os bancos centrais vão tomar para os próximos meses. O Fed ainda está bastante resiliente a corte de juros, mas vejo plausível no segundo semestre. No Brasil, existe espaço de ele [Copom] sinalizar um ajuste residual adicional caso os dados [econômicos] permitam, ou seja, sobe 0,50 pontos, o que pode ser final do ciclo, mas com o cenário de fiscal, inflação e guerra comercial, pode deixar a porta aberta. Talvez não queira contratar um problema para si. Diante de ansiedade, temos aversão ao risco-bolsa caindo e dólar se valorizando. À tarde, tem o Fomc e a coletiva do Powell pode trazer volatilidade. À noite, é a vez do Copom. O mercado deve começar a elucubrar quando vai começar a cortar juros-final desse ano ou começo de 2026”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou a R$ 5,7439 para venda, com valorização de 0,58%. Às 17h05, o dólar futuro para junho tinha alta de 0,57% a R$ 5.782,500. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,67% a 99,91 pontos.

Na parte final da sessão, a moeda acelerou a alta durante o depoimento do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, e acompanhando o fortalecimento da moeda americana no exterior. O índice DXY atingiu o pico da sessão. Depois, o dólar corrigiu um pouco, fechando um pouco mais longe da máxima do dia.

Após a decisão de manter a taxa básica de juros entre 4,25% e 4,50%, Powell destacou as incertezas provocadas pelo aumento das tarifas de importação. Apesar disso, o presidente do Fed afirmou que, por ora, a política monetária está bem posicionada e que não há pressa para novas decisões.

“Essas declarações sugeriram um cenário de juros mais elevados por um período mais longo do que o inicialmente esperado, motivando que os agentes de mercado adiassem a perspectiva para o primeiro corte de junho para julho, conforme o CME Fedwatch. Isso provocou um ajuste nas treasuries de curto prazo e, paralelamente, resultou em ganhos adicionais do dólar contra moedas desenvolvidas e emergentes, pela maior atratividade do ativo livre de risco”, afirmou Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Lucas Brigato, sócio da Ethimos Investimentos, disse o mercado esteve volátil. “Como de costume, o Fed deixa bastante margem em termos de flexibilidade, eles [os membros] preferem não dar um guidance tão diferencial como no Brasil. Lá fora, a decisão é sempre em cima de dados futuros-de inflação e desemprego, o que deixa caminho aberto. A manutenção [dos juros] mostra a dificuldade em frear a economia, é uma conta difícil de fechar Mesmo com aumento de preços, a economia continua girando. Dosar isso, ou seja, tentar contrair a economia que seja suficiente pra corrigir inflação, mas sem gerar recessão, não é fácil. Não baixar juros é uma pseu-alta”.

O mercado aguarda agora a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A Selic deverá ser elevada em 0,50 ponto percentual para 14,75% ao ano. A expectativa é de um comunicado cauteloso, com o Comitê deixando em aberto seus próximos passos.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas com os vencimentos mais curtos em alta e longos em queda, com o mercado absorvendo a decisão de política monetária nos Estados Unidos. O foco fica para o Comitê de Política Monetária (Copom), após o pregão.

Por volta das 16h24 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,735% de 14,685% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,010%, de 13,950%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,545%, de 13,505%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,540% de 13,530% na mesma comparação.

No mercado externo, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, apesar do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) sinalizar que os riscos de desaceleração econômica e de alta de preços estão aumentando.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,70%, 41,113.97 pontos
Nasdaq 100: +0,27%, 17,738.16 pontos
S&P 500: +0,43%, 5,631.28 pontos

 

Cynara Escobar, Dylan Della Pasqua e Darlan de Azevedo / Safras News

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