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Bolsa fecha em queda sob pressão de fiscal doméstico e americano; dólar encerra a R$ 5,64

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São Paulo – Um dia após atingir o nível recorde de pontuação, a Bolsa fechou em queda e voltou à faixa acima dos 137 mil pts puxada por questões fiscais americanas, com a preocupação com o aumento da dívida dos EUA e, por aqui, com as medidas do governo Lula, vistas como populistas pelo mercado, e pesquisa sobre a aprovação e reprovação do governo Lula. Menos de 15 ações da carteira teórica do Ibovespa sobem

Mais cedo, a pesquisa PulsoBrasil-Ipespe mostrou que os índices de aprovação e de reprovação de Lula seguem parecidos com a pesquisa anterior. Hoje 40% aprovam o governo contra 41% na anterior, e 54% reprovam com anteriormente, com margem de erro.

Mais cedo o governo assinou a Medida Provisória (MP), vista pelo mercado como populista, de isenção de conta de luz para 60 mil pessoas

As ações da Vamos (VAMO3) lideraram as perdas de 6,59%. Vale (VALE3) caiu 1,28%. Petrobras (PETR3 e PETR4) recuou 0,84% e 1,12%. Na ponta positiva, o destaque ficou para Raizen (RAIZ4) com alta de 5,95%.

O principal índice da B3 caiu 1,59%, aos 137.881,27 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 1,76%, aos 139.000 pontos. O giro financeiro foi de R$ 22,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no negativo.

Alan Martins, analista técnico da Nova Futura, disse que a questão fiscal nos Estados, assim como a nossa, preocupa o mercado.

“O mercado estava esperando um momento para realizar, e hoje viu uma boa oportunidade com todo que pessimismo lá fora com a questão fiscal. O Trump quer cortar impostos, mas não quer fazer renúncia fiscal, a situação é muito parecida com o que vimos há um tempo aqui. O leilão do Tesouro nos EUA de títulos de 20 anos com uma taxa de 5,047% [mais cedo] contribuiu para piorar o humor. Somado ao exterior, as medidas populistas do governo também desagradaram”.

Martins acredita que o fluxo estrangeiro vai continuar ingressando na Bolsa., e trabalha com o Ibovespa no patamar de 145 mil pts a 147 mil pts esse ano.

Em relação à Petrobras, o analista técnico da Nova Futura disse que “se o petróleo continuar estável, existe grande possibilidade de a cia pagar dividendos extras, o que vai animar os investidores”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a notícia do dia é a aprovação do Lula em 40%, o que desagrada o mercado.

“A pesquisa Pulso Brasil-Ipespe registrou índices praticamente iguais aos que Lula tinha em março, antes de o escândalo estourar [do INSS]. Assim que saiu a pesquisa, a Bolsa estendeu perdas. O mercado esperava uma piora com o INSS e não veio. Ademais, a bolsa subiu bastante, ignorando todos os outros mercados, e tem gordura para realizar um pouco”.

Segundo Bruno Komura, analista da Potenza Capital, a pesquisa sobre a aprovação do Lula “intensifica o fiscal brasileiro. Como o governo se desgastou com a questão do INSS, existe a possibilidade de ter mais medidas de estímulos para ajudar na popularidade do presidente”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou a R$ 5,6406 para venda, com desvalorização de 0,47%. Às 17h05, o dólar futuro para junho tinha baixa de 0,33% a R$ 5.657,000. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, recuava 0,49% a 99,61 pontos.

Os mercados financeiros estão refletindo fortemente as preocupações fiscais nos Estados Unidos. As discussões sobre um projeto fiscal envolvendo cortes de impostos e aumento de gastos têm pressionado os juros dos títulos do Tesouro (Treasuries), provocando recuo nos principais índices acionários em Nova York.

“Adicionalmente, o recente rebaixamento da nota de crédito dos EUA, embora com pouco efeito prático imediato, acionou um alerta sobre a trajetória do endividamento americano”, alerta Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad.

Apesar da alta expressiva nos rendimentos das Treasuries, com o juro de 30 anos subindo mais de 10 pontos-base, observa-se até de forma surpreendente uma queda global do dólar, com o índice DXY retornando para abaixo dos 100 pontos. “Nesse contexto, o real apresenta uma leve valorização devido ao elevado patamar da Selic, a fraqueza do dólar a nível global e ao fluxo de investimentos estrangeiros direcionados a bolsa e a renda fixa neste mês”, completa.

O analista da Potenza Capital Bruno Komura observa que os investidores continuam saindo dos Estados Unidos, enfraquecendo o dólar globalmente: “O fiscal americano está ruim e mais medidas do Trump deve piorá-lo”, opina.

Diferentemente do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta refletindo o fiscal brasileiro e o americano, com o forte estresse nas treasuries, após leilão do Tesouro dos EUA.

Por volta das 17h48 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,755% de 14,735% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,060%, de 13,965%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,625%, de 13,485%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,675% de 13,505% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, pressionadas por um forte aumento nos rendimentos dos Treasuries, à medida que os operadores ficaram preocupados que um novo projeto de lei orçamentária dos Estados Unidos colocasse ainda mais pressão sobre o já grande déficit do país.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -1,81%, 41.906,78
Nasdaq 100: -1,41%, 18.872,64 pontos
S&P 500: -1,61%, 5.844,61 pontos

 

Dylan Della Pasqua, Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News

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