São Paulo -A Bolsa fechou em queda impactada pelas ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) em meio à cautela do mercado para o anúncio das medidas fiscais pelo governo.
No final de semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve se reunir com os líderes partidários para discutir as medidas como alternativa ao IOF.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíram 2,90% e 2,75%. Itaú (ITUB4) perdeu 0,24% e Banco do Brasil (BBAS3) recuou 2,74%.
O principal índice da B3 caiu 0,39%, aos 137.001,58 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 0,53%, aos 13.665 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,6 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Ian Lopes, especialista da Valor Investimentos, disse que a queda da Bolsa é puxada da Petrobras.
“A possibilidade de o governo querer arrecadar até R$35 bilhões no setor de petróleo e gás até 2026 [uma das medidas que podem servir como alternativa ao aumento do IOF] mexe bastante com os preços de todas as petroleiras, principalmente Petrobras com o peso no índice. Isso pode pressionar o fluxo de caixa da empresa, pagamento de dividendos”.
Para Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o ajuste entre o governo e o Congresso é positivo, mas o mercado fica em compasso de espera para o anúncio das medidas estruturantes.
“Vimos com bons olhos a relação dos poderes, mas ainda tem muita água para passar debaixo da ponte, e dado o histórico que o governo demora em fazer anúncios de medidas, o mercado fica desconfiado. O aumento da desaprovação do governo Lula mostrado em duas pesquisas [na Genial Quaest a reprovação é de 57% e Poder Data é de 56%] também agrada o mercado e a alta da Vale, mas vejo como uma animação temporária uma vez que a bolsa testou o patamar 140 mil, vemos o mercado querer corrigir e não tem drive do dia e o cenário macro ainda fazendo preço”.
Faust ressaltou que “a gente tem um mercado eminentemente de alta seguidas, se fechar mais um mês de alta, fecha próximo topo histórico. Temos de ter justificativa contundente para que esse movimento [de alta] continue”.
No câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,12%, cotado a R$ 5,6440. A moeda refletiu, ao longo da sessão, a espera pela definição de como será a mudança no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Na opinião do economista da Valor Investimentos Ian Lopes, as falas fiscalistas do governo têm sido bem vistas pelo mercado,
Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o movimento de hoje é de espera pelo desfecho da alteração no IOF, além de seguir o movimento global.
Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam majoritariamente em alta. O movimento de hoje refletiu ajuste técnico e espera pela definição do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,830% de 14,800% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,220%, de 14,175%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,660%, de 13,650%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,615% de 13,620% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta quarta-feira em campo misto, sob efeito de dois indicadores divulgados hoje pela manhã que vieram abaixo do previsto: o relatório ADP de criação de vagas no setor privado e o índice ISM de serviços.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,22%, 42.427,74 pontos
Nasdaq 100: +0,32%, 19.460,49 pontos
S&P 500: 0,00%, 5.970,81 pontos
Paulo Holland e Vanessa Zampronho / Agência Sagras News
