São Paulo -A Bolsa fechou em queda, perdeu mais de 1,3 mil pontos, com o mercado na expectativa para a votação, na Câmara e no Senado, do projeto que veta o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Somado a isso, o exterior ficou no radar com os investidores monitorando o cessar-fogo entre Israel e Irã. As petroleiras caíram, apesar da alta doa petróleo.
Mais cedo, a Agência de classificação de risco Fitch informou que manteve a nota de crédito do Brasil em BB com perspectiva estável.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) caíram 0,58% e 0,51%. Petrorio (PRIO3) e PetroRecôncavo (RECV3) perderam 1,27% e 2,51%.
Mais cedo, Trump disse na Otan que os Estados Unidos conduziram bem o cessar fogo entre Irão e Israel. “Criamos esse caminho para a paz, com um acordo de cessar-fogo. Acho que Israel e Irã não vão voltar a se atacar”.
O principal índice da B3 caiu 1,01%, aos 135.767,29 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto recuou 0,91%, aos 138.015 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,8 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, disse que o Ibovespa caiu com os investidores de olho no fiscal e na votação na Câmara dos Deputados que pode derrubar o decreto do IOF.
Nickolas Lobo, especialista em investimentos da Nomad, disse que “o foco doméstico se voltou para o avanço no Congresso do projeto que pode revogar o novo IOF, além de indicadores de investimento externo e transações correntes, que vieram piores do que o esperado. Adicionalmente, dados macroeconômicos recentes mostraram uma menor entrada de capital estrangeiro, o que pode refletir preocupações com o cenário fiscal brasileiro. Lá fora, apesar do recente cessar-fogo [entre Israel e Irã], a atenção dos mercados permanece voltada para o impacto das tarifas americanas, que devem retornar à pauta nas próximas semanas e têm pesado sobre o índice”.
Lobo completou que o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, manteve uma abordagem cautelosa no segundo dia de depoimento no Congresso americano sobre inflação e as tarifas comerciais. “Ele indicou a possibilidade de cortes nas taxas de juros, caso o impacto desses fatores seja temporário”.
Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing, disse que o mercado está tendo uma ingestão das notícias domésticas e externas.
“O mercado ainda não conseguiu engolir ou digerir essa ideia de que acabou a guerra, que tenha sido tão simples, que o Irã se entregou se entregou. Parece uma trégua ou de um ganha-tempo de algum dos lados ou de todos os lados. A fala de Trump na Otan não convenceu muito. Por aqui, tem votação no Congresso. Se os parlamentares derrubarem o IOF, a própria Gleisi Hoffmann já disse que vai ter que contingenciar mais, ou seja, “a batata do governo está assando”. Se for aprovado, o mercado deve se estressar mais. Além disso, teve o aumento da mistura do etanol na gasolina [de 27% para 30%] e do biodiesel no diesel [de 14% para 15%], isso pareceria ser uma notícia boa porque teríamos a projeção de uma queda de R$ 0,11 centavos na gasolina. Mas ao que tudo indica, não vai chegar na bomba, vai diluir ainda mais a gasolina. Vejo como atitudes meio desesperadas tomadas pelo governo”.
No câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,69%, cotado a R$ 5,5574 em movimento contrário a cesta de moedas sobe, refletindo a preocupado do mercado doméstico com a possível votação do projeto que derruba o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Além disso, a divisa passa por correção movimento desta quarta também é de correção.
O Dollar Index (DXY), que mede o comportamento da moeda americana frente a uma cesta de unidades, recuou 0,26%, a 97,73 pontos.
Para o sócio da Top Gain Leonardo Santana, a valorização do dólar, hoje, é “muito mais uma correção saudável. O IOF ainda não está precificado”.
Segundo o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o movimento de hoje reflete as dúvidas sobre o IOF e “o que o governo irá fazer para fechar este rombo”.
Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta puxadas pelas questões fiscais domésticas. O mercado espera pela votação do projeto que bloqueia o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Por volta das 16h35 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,940% de 14,950% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,210%, de 14,215%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,505%, de 13,480%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,380% de 13,370% na mesma comparação. O dólar subia 0,63%, cotado a R$ 5,5550 para venda.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, enquanto os investidores observavam se o índice de referência conseguiria retornar ao seu recorde histórico em meio a uma sessão mais calma.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,25%, 42.982,43 pontos
Nasdaq 100: +0,31%, 19.973,55pontos
S&P 500: -0,008%, 6.092,16 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News

