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Bolsa fecha em queda e dólar em alta com impacto do tarifaço de Trump

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São Paulo -A Bolsa fechou em queda pelo quarto dia seguido, perdeu o patamar dos 137 mil pontos, respondendo à taxação de 50% de produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos. A queda não foi maior com a valorização da Vale (VALE3) e siderúrgicas. A empresa mais penalizada foi a Embraer (EMBR3).

O tarifaço foi anunciado ontem após o fechamento do presidente americano, Donald Trump, e a reação foi negativo em vários setores produtivos da economia brasileira.

Em relação ao tarifaço de Trump, o presidente Lula disse que existem várias medidas no campo diplomático para poder agir. “Podemos acionar a OMC [Organização Mundial do Comércio]. E acrescentou que vai “vamos tentar negociar, caso não funcione, vamos acionar a lei da reciprocidade”.

A Vale (VALE3) subia 2,29%. CSN (CSNA3) e CSNMineração (CMIN3) avançaram 5,04% e 2,99%. Embraer (EMBR3) caiu 3,69% e empresas de consumo e bancos recuaram em bloco. Apesar de o setor de proteína animal sofrer com a taxação, as ações fecharam em alta.

O principal índice da B3 caiu 0,53%, aos 136.743,26 pontos. O giro financeiro era de R$ 25,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta. Às 17h15 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em agosto subia 0,38%, aos 138.565 pontos.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, comentou o impacto dos produtos brasileiros serem taxados pelos EUA e reforça que a melhor via é a diplomacia.

“A tarifa de 50% anunciada pelos EUA atinge diretamente setores como aviação, celulose, siderurgia e proteína animal. É uma medida dura, mas com padrão conhecido. Trump costuma anunciar tarifas altas que, com o tempo, são renegociadas. Por isso, o impacto inicial no mercado tende a ser negativo, mas deve perder força nos próximos dias. Vale lembrar que a balança comercial BrasilEUA é favorável aos americanos. Isso significa que essa tarifa pode gerar inflação por lá, o que coloca pressão interna para recuar. O viés político da decisão também exige leitura cuidadosa. O Brasil precisa evitar retaliações precipitadas. Diplomacia é o melhor caminho. Menos comércio entre os dois países significa menos crescimento, e quem mais perde são setores com forte exposição externa. O impacto no PIB pode variar entre 0,3% e 1,2% se incluirmos os efeitos indiretos. Para os investidores, o momento pede atenção setorial, não pânico. O mercado se ajusta. Cadeias produtivas maduras encontram saídas, e o Brasil tem capacidade de reorganizar seus fluxos”.

Felipe Papini, sócio da One Investimentos, disse que o ponto crucial no mercado são as tarifas de Trump aplicadas ao Brasil, a Vale ajuda o Ibovespa não cair mais.

“O Ibovespa cai, mas o índice futuro subindo um pouco. Essa divergência ocorre porque ontem o Ibovespa futuro estendeu sua queda, após o anúncio do Trump sobre a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Caso as tarifas sejam implementadas, o real se enfraquece frente ao dólar, o País passará a exportar menos para os EUA e leva à deterioração da balança comercial. Outro impacto seria na inflação, considerando um câmbio mais depreciado. O Ibovespa está sendo sustentado por Vale acompanhando a valorização do minério de ferro. Quanto aos setores mais impactados com o tarifaço de Trump, Papini destaca aeronáutica, siderurgia e indústria automotiva, mas depende do caso de cada companhia. Muitas empresas brasileiras têm fábricas/produção nos EUA, como Gerdau, então o impacto seria bem menor. A Embraer pode ser muito impactada porque tem os EUA como parte relevante da receita (60%). Os jatos Praetor (jatos executivos) são montados no Brasil e correspondem por 65% da receita de aviação executiva, com uma representatividade de 63% da produção da Embraer”.

Thiago Pedroso, sócio na Critera Investimentos e assessor de investimentos, disse que “no curto prazo, o anúncio [das tarifas de Trump] interrompe o bom humor do mercado, com estrangeiros evitando alocar recursos no Brasil, com o dólar subindo e o ciclo de queda de juros sendo adiado”.

Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, disse que a taxação de Trump ao Brasil tem “uma motivação política. Ele começa justificando com a questão do Bolsonaro, STF, em relação à censura das plataformas digitais. Além disso, nós tivemos aqui a reunião do Brics e tivemos comentários do Lula questionando o dólar como moeda para transações internacionais. Isso acabou trazendo o país em evidência sendo que lá em abril a gente tinha ficado um pouco de lado com a taxação de 10%. Não éramos uma preocupação para os EUA, já que somos deficitários e importamos menos. Se até o dia 1 de agosto, que é quando as tarifas entram em vigor, não tivermos uma definição de acordo a caminho, isso é muito negativo. A ideia do Trump é que os países coloquem novas fábricas e plantas nos EUA e no caso de empresas como Gerdau e JBS, que já tem produção lá, elas não seriam impactadas e, na verdade, podem até ser beneficiadas nesse cenário. Embraer deve ter um impacto bem grande, já que a produção é totalmente no Brasil. Mas empresas que tenham plantas lá não serão impactadas”.

Bolzan reforçou que “não seria interessante a gente possa ter conflitos com a maior economia do mundo. O ideal é que até 1 de agosto os países cheguem a um denominador comum e cheguem a uma tarifa viável. Qualquer medida diferente dessa com um discurso mais pesado pode trazer consequências mais drásticas”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou a R$ 5,5407 para venda, com valorização de 0,69%. Às 17h20, o dólar futuro para agosto tinha baixa de 0,71% a R$ 5.571,500. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, subia 0,06% a 97,62 pontos.

O mercado reagiu negativamente à postura de Donald Trump em taxar o Brasil em 50%, acirrando a guerra comercial entre os países. No pior momento do pregão, a divisa chegou bater a máxima de R$ 5,6215.

Em relação ao tarifaço de Trump, o presidente Lula disse que existem várias medidas no campo diplomático para poder agir. “Podemos acionar a OMC [Organização Mundial do Comércio]”. E acrescentou que “vamos tentar negociar, caso não funcione, vamos acionar a lei da reciprocidade”.

Para Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos CEA, com o anúncio de Trump em impor tarifa de 50% ao Brasil, o cenário muda totalmente para o dólar. “É bem provável que o dólar volte novamente a ficar mais estressado. O Brasil é um dos países que recebe mais investimento direto dos Estados Unidos, e isso acaba gerando um nível de insegurança muito grande para os investidores porque não dá para saber o que esperar, e os impactos ainda nos diversos setores do nosso País, principalmente na parte de grãos, minério de ferro. Temos de duas a três semanas para o governo tentar atuar e reverter essa situação. Ainda não temos como precificar diretamente como isso vai impactar nos ativos aqui dentro, mas a primeira ação dos investidores é sair, tirar o recurso, recuar e aguardar o que vai ocorrer. Com esse recuo, acaba mudando o cenário para o dólar, que agora vai ser provavelmente negociado a patamares maiores. É bem provável que o Banco Central tenha que intervir para dar uma segurada na volatilidade também. ao longo das próximas semanas, dos próximos meses”.

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que avançou 0,24% em junho ante maio, 0,02 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% registrada em maio. O resultado mensal foi influenciado, principalmente, pela energia elétrica residencial, que, com a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 1, registrou aumento de 2,96% no mês, sendo o subitem de maior impacto individual no índice (0,12 p.p.). No ano, a inflação acumulada é de 2,99% e, nos últimos 12 meses, de 5,35%.

O resultado ficou acima das expectativas do mercado financeiro, de +0,19%, conforme o Termômetro Safras. O índice acumulado em 12 meses também ficou acima do estimado, de 5,31%.

No mercado de juros, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas, com os vértices curtos em leve alta e os médios e longos em queda, em um dia de volatilidade, sob o impacto doa tarifaço de Trump.

Por volta das 16h41 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,940% de 14,930% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,295%, de 14,270%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,565%, de 13,595%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,450% de 13,485% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto a Nvidia atingiu um marco histórico e os investidores acompanharam as atualizações mais recentes sobre tarifas anunciadas pelo presidente Donald Trump.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,43%, 44.650,64 pontos
Nasdaq 100:+0,09%, 20.630,67 pontos
S&P 500: +0,27%, 6.280,46 pontos

 

Dylan Della Pasqua e Darlan de Azevedo / Safras News

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