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Bolsa fecha em queda com temor de escalada da guerra comercial EUA-China e falas de Powell; dólar encerra a R$ 5,86

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São Paulo -A Bolsa fechou em queda, no patamar dos 128 mil pontos, com o mercado receoso diante do vai e vem das taxas de Donald Trump e de uma escalada de uma guerra comercial com a China.

Os investidores digeriram as falas do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, que sinalizou que vai ter aumento temporário da inflação em razão das tarifas. Vale caiu mais de 2%

O principal índice da B3 caiu 0,71%, aos 128.316,89 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril recuou 0,29%, aos 128.855 pontos. O giro financeiro foi de R$ 25 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no negativo.

Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, disse que a Bolsa é puxada pelo ambiente externo mais pesado.

“O Ibovespa acompanha esse clima mais negativo lá fora, com pressão sobre ações ligadas a commodities, especialmente Vale, e queda também nos grandes bancos e elétricas. À medida [de Donald Trump] contra a Nvidia, proibindo a venda de chips à China, pode gerar um prejuízo estimado de até US$ 5,5 bi e pode reacender o temor de uma guerra comercial prolongada. Além disso, o discurso do Powell [Jerome Powell, presidente do banco central americano] hoje reforçou o tom de cautela. Ele reconheceu a desaceleração da atividade no 1T25, mas evitou qualquer sinalização concreta sobre cortes de juros”.

Por aqui, segundo Almeida, “o mercado viu com bastante ceticismo a peça orçamentária de 2026, que se baseia em artifícios contábeis para sustentar uma meta de superávit”.

Em relação às falas de Powell, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, disse que “estão reconhecendo que vai ter um aumento da inflação temporariamente por conta das tarifas, mas tentando afastar a noção ou a percepção de uma parcela do mercado de que qualquer aumento que apareça no CPI seja totalmente negativo e tenha que mudar totalmente o plano de voo do Fed”.

Nicolas Farto, sócio e head de renda variável da Vértiq Invest, os movimentos de Donald Trump impactam no mercado.

“A gente vai ter ainda muito tempo de oscilação em função da falta de clareza da postura de Donald Trump sobre essas tarifas. A nova medida que ele adotou taxar a exportação dos chips da Nvidia mostra mais um passo de tentar isolar a China nessa discussão. Depois saiu uma nova elevação nas tarifas e fica complicado de saber qual tarifa está valendo, mas taxa acima de 100% é difícil de manter relações comerciais. Parece uma disputa de quem vai recuar primeiro, por isso a dificuldade de fazer qualquer previsão. A gente está bem descorrelacionado dos fundamentos brasileiros. O mercado está disfuncional, operando com uma expectativa difícil de traçar. Petrobras [as ações ordinárias] sobe acompanhando o petróleo e a Vale oscila na expectativa com o que pode acontecer com China, e isso reflete no nosso índice. Parece que vamos passar um bom tempo nessa discussão [das tarifas], e isso é ruim porque não sabemos para que lado vai a atividade econômica. Mais tarde o Powell vai falar e o mercado espera que ele nos atualize sobre as expectativas de juros. Enquanto o VIX [índice do medo] estiver estressado, a gente vai ter movimentos muito fortes”.

No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,41%, cotado a R$ 5,8662, oscilou entre a mínima de R$ 5,8518 e máxima de R$ 5,9158 com sentimento de cautela por parte dos investidores com a guerra comercial dos Estados Unidos e China.

O Dollar Index (DXY), que mede o desempenho da moeda americana em relação a uma cesta de unidades, caiu 0,84% a 99,38 pontos.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, disse que o dólar “passa por ajustes em resposta à desvalorização global da moeda. As incertezas seguem predominantes, especialmente devido à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. Há receios de que o presidente Trump utilize as novas rodadas de negociações comerciais como estratégia para tentar isolar a economia chinesa dos mercados internacionais, fator que explica tanto a queda dos principais índices americanos no pregão de hoje quanto o enfraquecimento do dólar”.

Segundo o sócio da Top Gain Leonardo Santana, as atenções seguem todas voltadas para o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Santana explica que a fala do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, não teve impacto relevante sobre a moeda, com tudo “na mesma”.

Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, o sentimento desta quarta é de cautela, com as “idas e vindas na tarifação” e que existe o temor de desaceleração global.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistas. Em dia de agenda esvaziada, a sessão foi marcada pela cautela com o ambiente global.

Por volta das 16h51 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,730% de 14,725% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,205%, de 14,225%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,005%, de 14,025%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,115% de 14,110% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam a sessão em queda expressiva, à medida que um alerta da Nvidia abalou o setor de tecnologia global e as preocupações do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, sobre o impacto econômico das tarifas levantaram o alarme entre investidores nervosos.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -1,73%, 39,669.39 pontos
Nasdaq 100: -3,07%, 16,307.16 pontos
S&P 500: -2,24%, 5,275.70 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo

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