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Bolsa fecha em queda com mercado avaliando propostas fiscais e recuo de Petrobras e bancos; dólar cai

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São Paulo -A Bolsa fechou em queda, oscilou entre a mínima de 134.118,64 pontos e a máxima de 136.105,81 pontos reagindo à frustração do mercado com as propostas do governo para substituir o aumento do IOF, recuo das petroleiras e bancos O recuo foi atenuado com as mineradoras e siderúrgicas.

Entre os destaques negativos, a B3 (B3SA3) e SLC Agrícola (SLCE3) perderam 3,02% e 2,69%. As ações do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) caíram 0,65% e 0,75 % e as do Itaú (ITUB4) perderam 0,51% com o possível aumento da CSLL e fim dos benefícios sobre JCP. O Banco do Brasil (BBAS3) subiu 0,09%.

A Petrobras (PETR3 e PETR4) perdeu 1,04% e 1,55%. A estatal foi citada em uma ação judicial envolvendo a Sete Brasil e sua recomendação rebaixada de compra para neutra pelo Santander. A Petrorio (Petrorio3) registrou baixa de 0,84%, na contramão do petróleo.

Na ponta positiva, Gerdau (GGBR4) e Gerdau Metalúrgica (GOAU4) subiram 6,41% e 5,20%, respectivamente, após recomendação pelo UBS BB para compra e elevação do preço-alvo. A companhia pode ser beneficiada pelos preços mais altos de aço nos EUA. Vale (VALE3) subiu 0,58% e CSN (CSNA3) avançou 0,85%.

O principal índice da B3 caiu 0,29%, aos 135.699,38 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho perdeu 0,47%, aos 136.230 pontos. O giro financeiro foi de R$ 19,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em mistos.

Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que as propostas para substituir o IOF pressionaram a bolsa, mas ao longo do dia a queda foi amezinhada com a melhora em Nova York “com queda nos rendimentos dos treasuries e algum otimismo enquanto se aguarda a evolução nas negociações dos EUA e China. O avanço das ações das mineradoras e siderúrgicas também ajudou no afastamento do Ibovespa das mínimas da sessão, assim como a redução da queda inicial do setor bancário”.

Nishimura disse que “o governo perdeu mais uma chance de apresentar um plano fiscal minimamente estruturante. No fim, a substituição do aumento do IOF por medidas arrecadatórias de curto prazo não responde à principal crítica do mercado, que é a ausência de cortes de gastos. O ruído político, com lideranças do Congresso exigindo PECs e resistindo às propostas, adiciona incerteza. A instabilidade nas negociações com o Congresso e a falta de visão de longo prazo só reforçam a percepção de que a Selic pode voltar a subir, um movimento que há poucas semanas parecia improvável”.

Caio Henrique Soares Rodrigues, sócio da Átika Investimentos, disse que “o mercado recebeu mal as medidas apresentadas pelo governo. Elas não são suficientes para recompor todo o déficit”.

Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que a bolsa vem sofrendo há alguns dias e o mercado digere o pacote do governo.

“O Ibovespa teve uma redução na queda com a entrada de compra [por investidores]. O setor que mais sofre é o financeiro devido ao aumento da CSLL [Contribuição Social sobre Lucro líquido de instituições financeiras que passam a pagar alíquotas de 15% e 20%]. O pacote veio amais uma vez sem novidades, não apresentou medidas para cortar despesas e mais aumento de impostos. Não tinha como vir nada estrutural dado o pouco período para fazer isso. O que chama a atenção é a performance do dólar, que está descolando totalmente do fiscal”.

Para Jason Vieira, economista-chefe da Lev Asset Management, “as medidas buscam recompor parte do espaço fiscal afetado pela perda de receita do IOF e alinhar o sistema tributário a padrões internacionais, mas pouco se fala em despesas e não cita reformas estruturais. Acredito que vai enfrentar resistências setoriais como a bancada do agronegócio, sistema financeiro e lotéricas”.

Vieira explicou que “o total estimado de arrecadação incremental para 2025 fica entre R$ 6 bi e 9 bilhões, podendo chegar entre R$ 12 bi a 15 bilhões/ano se cortes de benefícios tributários e aumento de IR sobre JCP forem aprovados em sua totalidade. O impacto efetivo depende do timing da aprovação das MPs [Medidas Provisórias], efeitos de transição e possíveis contestações judiciais”.

O dólar comercial fechou em queda 0,13%, cotado a R$ 5,5616. A moeda refletiu, ao longo da segunda, as incertezas que envolvem o imbróglio do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O mercado segue cauteloso sobre o conteúdo das medidas que o governo irá enviar ao Congresso.

Segundo o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, enquanto não houver uma definição sobre o IOF as empresas vão manter a postura cautelosa e o câmbio deve permanecer estacionado.

“Não indicaram cortes ou desindexação de alguns gastos que são reajustados pelo salário-mínimo (que tem sido acima da inflação). A volta da discussão da reforma administrativa e corte nas isenções fiscais são bem vindos”, avaliou Weigt.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. As atenções, contudo, seguem voltadas para o desfecho da novela do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Por volta das 16h37 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,860% de 14,905% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,225%, de 14,290%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,710%, de 13,780%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,650% de 13,710% na mesma comparação.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em ligeira alta, enquanto representantes do presidente Donald Trump se reuniam com autoridades chinesas em Londres na tentativa de resolver questões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,00%, 42.761,76 pontos
Nasdaq 100: +0,31%, 19.591,24 pontos
S&P 500: +0,09%, 5.005,88 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

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