São Paulo -A Bolsa fechou em leve queda, praticamente estável, na faixa dos 141 mil pontos, com Itaú (ITUB4) segurando o índice e a melhora das ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) em um pregão morno em razão da ausência do mercado americano. Os papéis do Banco do Brasil (BBAS3) caíram.
A Vale (VALE3) caiu ao longo do pregão refletindo a queda do minério de ferro, mas conseguiu encerrar em alta de 0,07%. (ITBU4) subiu 0,80%. Petrobras (PETR4) avançou 0,22%. Banco do Brasil (BBAS3) caiu 1,40%.
Na ponta positiva, os destaques ficam para Raizen (RAIZ3) e Magazine Luiza (MGLU3) com altas de 5,98%, 1,09%, respectivamente.
Hoje entrou em vigor a nova carteira teórica no Ibovespa com 84 papéis de 81 empresas entre ações ordinárias e preferencias. Entram Cury (CURY3) e C&A Modas (CEAB3) e saíram Petz (PETZ3) e São Martinho (SMTO3). As ações de maior peso são Vale (VALE3), Itaú (ITUB4), Petrobras (PETR4), Petrobras (PETR3) e Bradesco (BBDC4). O modelo seguirá com essa composição até 2 de janeiro de 2025.
A partir de amanhã (2), o mercado ganha tração com a divulgação do PIB do 2T25 aqui e com o início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, no Supremo Tribunal Federal (STF), por tentativa de golpe. O dia mais esperado é na sexta-feira (5) com a divulgação do relatório payroll, nos Estados Unidos, que vai medir a temperatura no mercado de trabalho americano para a confirmação de um corte de juros por lá na reunião de 16 e 17.
O principal índice da B3 caiu 0,09%, aos 141.283,01 pontos. às 17h21 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em outubro caía 0,42%, aos 143.535 pontos. O giro financeiro foi de R$ 11,9 bilhões.
Hayson Silva, analista da Nova Futura Investimentos, disse que o Ibovespa “continua o movimento corretivo liderado pela queda do Banco do Brasil. Ainda existe receio e cautela diante da possibilidade de novas tarifas ou alguma sanção direcionada ao banco. A Vale também contribui para o movimento negativo do Ibovespa acompanhando a queda do minério de ferro. Além da liquidez reduzida por conta do feriado americano, há cautela adicional devido à possibilidade de uma nova reunião dos Brics, o que poderia desencadear uma escalada nas tensões comerciais entre os EUA e o Brasil”.
Renato Nobile, gestor e analista da Buena Vista Capital, disse “hoje é um dia relativamente muito mais tranquilo por conta do feriado nos EUA, com pouquíssima liquidez. A Bolsa está de lado, praticamente no zero a zero, sem nada relevante. A Vale cai com o minério de ferro e o petróleo sobe”.
Nobile ressalta que a notícia mais relevante do dia vem do cenário internacional.
“É a aproximação da India com a Rússia e a China também. É uma afronta ao governo americano, principalmente depois das tarifas. Lembrando que o Trump [Donald Trump] colocou uma tarifa de 50% na India. Existe uma preocupação com essas tarifas que outros países se reorganizem e se aproximem estrategicamente para tentar driblar isso”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,31%, cotado a R$ 5,4390 em um movimento de correção em dia de baixa liquidez devido ao feriado dos Estados Unidos. O mercado fica na expectativa para os indicadores econômicos aqui e lá fora ao longo da semana.
O Dollar Index, que mede o comportamento da moeda norte-americana frente a uma cesta de divisas desenvolvidas, caía 0,11%, a 97,66 pontos.
Para Bruno Komura, o analista da Potenza Capital, o câmbio segue em alta, mas sem grandes novidades na parte da tarde. “É mais uma realização do que aconteceu em agosto que mudança de tendência. Os investidores seguem cautelosos à espera pelos dados que vão sair essa semana”.
Mais cedo, Komura disse que “o volume hoje está bem menor, ficamos à deriva do que acontece lá fora”. Contudo, Komura salienta que “as atenções estão voltadas para o Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre no Brasil, que será divulgado amanhã (2), e do payroll, na sexta (5)”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam mistos, com os vértices curtos em queda refletindo a possibilidade de corte de juros em dezembro, e os longos em alta reagindo ao fiscal doméstico em dia de liquidez reduzida com o feriado do dia do Trabalho nos Estados Unidos.
Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,890% de 14,890% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,940%, de 13,970%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,275%, de 13,275%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,230% de 13,205% na mesma comparação.
Paulo Holland / Safras News

