São Paulo -O Ibovespa fechou em leve alta, oscilou entre a mínima de 137.794,97 pontos e a máxima de 138.799,68 pontos, em um dia morno sem a referência do mercado americano e com baixa liquidez. A postergação de Donald Trump em sobretaxar a União Europeia também trouxe um alívio em meio a preocupação com o fiscal interno.
As ações da Braskem (BRKM5) foram destaque de alta de 4,14%, após a Novonor ter recebido proposta para compra de uma fatia da empresa por Nelson Tanure.
O índice Small Caps (SMLL) avançou 0,85%. Entre as cíclicas Magazine Luiza (MGLU) subiu 0,44% e MRV (MRVE3) registrou alta de 1,57%.
Na ponta negativa, Vale (VALE3) caiu 0,57%. Os frigoríficos caíam, à exceção de Marfrig.
O principal índice da B3 subiu 0,22%, aos 138.136,14 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou alta de 0,37%, aos 139.385 pontos. O giro financeiro foi de R$ 10,8 bilhões.
Alexsandro Nishimura, diretor da Nomos, disse que “o Ibovespa subiu ligeiramente, mas foi marcado pela baixa liquidez provocada pelo feriado nos EUA, que manteve as bolsas fechadas em NY. O investidor mantém atenção sobre o quadro fiscal interno, mas hoje contou com o alívio da sinalização de Donald Trump de que pode recuar na proposta de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia”.
Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, disse que “hoje o mercado continua acompanhando os desdobramentos das mudanças relacionadas ao IOF. O recuo do Haddad [Fernando Haddad, ministro da Fazenda] acalmou de certa forma o mercado. A semana é carregada de dados aqui e lá fora. O Boletim Focus [divulgado mais cedo] manteve as projeções para a Selic e para a inflação, o que acaba sendo positivo e mostra que já fechamos no pico da alta de juros por aqui”.
Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, disse que o mercado está morno sem as bolsas americanas.
“Hoje o mercado está mais calmo, processando as informações [de sexta-feira do IOF] e o recuo do presidente dos Estados Unidos, com a postergação da aplicação da tarifa de 50% aos produtos da União Europeia. A Vale está caindo levemente com o minério de ferro por conta de uma crise imobiliária na China. O governo chinês proibiu, temporariamente, que as incorporadoras vendam imóveis antes que as obras sejam concluídas, para diminuir a oferta e tentar segurar o preço”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,53%, cotado a R$ 5,6756 em dia de feriado nos Estados Unidos e liquidez reduzida. O mercado absorveu o recuo do presidente Donald Trump sobre as tarifas aplicadas à União Europeia e ficou no radar as movimentações em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) .
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, o contingenciamento de gastos, anunciado na última semana, foi bem-visto pelo mercado.
Brigato acredita que a moeda tem espaço para voltar aos R$ 5,50, porém passar disso fica mais difícil devido ao fiscal doméstico, ainda ruidoso.
O sócio da Top Gain, Leonardo Santana, entende que o recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na sobretaxação [de 50% adiado para 9 de julho] das importações vindas da Europa e o feriado geram um dólar próximo ao zero, e que a divisa estadunidense segue em viés de queda.
Na contramão do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. A primeira sessão da semana foi marcada pelo Memorial Day, feriado nos Estados Unidos, além do Boletim Focus, que manteve projeção da Selic (taxa básica de juros) em 14,75%.
Por volta das 16h26 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,715% de 14,720% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 19,970%, de 13,960%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,535%, de 13,520%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,585% de 13,585% na mesma comparação.
Com Paulo Holland / Safras News
