São Paulo -No primeiro pregão de abril, a Bolsa fechou em alta operou entre a máxima de 131.982,29 pontos e a mínima de 130.080,54 pontos, impulsionada por ações sensíveis a juros, commodities e fluxo estrangeiro. Além disso, o aumento da desaprovação do governo Lula ajudou o índice.
A Vale (VALE3) subiu 0,86%. Magazine Luiza (MGLU3) registrou ganho de 2,95%. Natura (NTCO3) foi destaque de queda com caiu 7,90%.
O principal índice da B3 subiu 0,68%, aos 131.147,29 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril registrou ganho de 0,56%, aos 131.710 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam mistos.
Ricardo Leite, head de renda variável da Diagrama Investimentos, afirma que as ações atreladas a juros e pesquisa com desaprovação do governo Lula puxam o índice.
“O Brasil está indo na contramão dos EUA puxado, principalmente, pelos ativos mais sensíveis a juros, como varejo e utilities. Vale segue a alta do minério, que colabora para essa guinada de hoje. Sigo confiante que o mercado global possa ter voltado a olhar para o Brasil com um pouco mais de carinho já pensando em melhoria econômica e um novo cenário político para 2026. Hoje saiu a pesquisa Atlas mostrando que 49% das pessoas acham o governo ruim ou péssimo, isso contribui para uma expectativa de mudança no cenário em 2026. O volume está um pouco abaixo do normal, creio que é a espera do dia D, amanhã (2), das tarifas de Trump”.
Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos, afirma que o fluxo de capital estrangeiro e commodities puxam o índice.
“O cenário externo é um pouco mais desafiador. Amanhã temos as taxações do Trump, o que traz incertezas. Com isso, vemos o fluxo de capital estrangeiro entrando em países emergentes como o Brasil, e isso acaba puxando o índice. Não vemos melhora de fundamentos aqui. Os estrangeiros olham para os emergentes por estarem baratos. Além disso, os dados econômicos nos Estados Unidos fracos corroboram um pouco para o ingresso de capital externo. Outro fator que impulsiona o índice são as ações ligadas às commodities, como Vale e Gerdau, que são favorecidas pela alta do minério de ferro e pela melhora dos indicadores da China, também ajudam o índice”.
Em relação às taxações de Trump, Lenzi disse que espera que o presidente chegue no “meio termo”. “Os Estados Unidos são o nosso principal parceiro econômico, dessa forma é importante que não tenhamos penalização no curto prazo fora do geral. No primeiro momento, o Brasil vai ser taxado como todo mundo”.
Mais cedo, foram divulgados dados econômicos. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) de março caiu para 50,2 pontos de março na leitura revisada, na comparação com 50,2 pontos em fevereiro. O mercado previa 49,8 pontos. O ISM industrial de março caiu para 49 pontos em março e a previsão era 49,5 pontos.
Ainda nos Estados Unidos, o relatório Jolts mostrou a criação de 7,568 milhões de postos de trabalho em fevereiro, uma queda na comparação com os 7,762 milhões em janeiro.
O dólar comercial fechou em queda de 0,43%, cotado a R$ 5,6824. A moeda refletiu, especialmente no período da tarde, o forte carrego, que beneficiou a divisa brasileira. As medidas protecionistas norte-americanas, contudo, seguem no radar e devem gerar volatilidade nos próximos dias.
Segundo o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, a divisa estadunidense está caindo contra todas as moedas emergentes: “As Treasuries estão cedendo em toda a curva, com o medo de desaceleração mais forte. O dinheiro está fluindo para alguns países que podem sofrer menos com as tarifas, que é o caso do Brasil, e aqui ainda temos esse carrego gigante”.
Para o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “vemos os mercados cautelosos, principalmente por conta de amanhã. Existe certo receio”, referindo-se às medidas protecionistas estadunidenses.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. Na falta de um driver específico, elas operaram em linha com as Treasuries.
Por volta das 16h41 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,995% de 15,015% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,855%, de 14,915%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,635%, de 14,855%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,605% de 14,735% na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo misto, em mais uma sessão volátil, enquanto Wall Street aguarda esclarecimentos do presidente Donald Trump sobre a implementação de sua política tarifária. As bolsas também enfrentaram pressão devido a dados econômicos mais fracos do que o esperado.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,03%, 41.989,96 pontos
Nasdaq 100: +0,87%, 17.449,9 pontos
S&P 500: +0,37%, 5.633,07 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News