São Paulo, 16 de setembro de 2025 – A Bolsa encerrou em alta de 0,35%, a 144.061,74. A sessão foi marcada pela baixa liquidez e a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) inicie o corte dos juros amanhã.
Os agentes financeiros ficam na expectativa para o comunicado e falas do presidente do Fed, Jerome Powell. A decisão sobre os juros é quase consenso de corte de 0,25 ponto porcentual (pp). Por aqui, o Banco Central (BC) deve manter a Selic inalterada. A aposta fica para um Copom duro ou mais brando.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse no evento do J.Safra Investment Conference 2025 que o governo vai cumprir a meta fiscal esse ano e em 2026.
Por aqui, mais cedo, foi divulgada pelo IBGE a taxa de desocupação que caiu 5,6% no trimestre encerrado em julho, abaixo dos 5,7% estimados pelo Termômetro Safras. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, disse que o tom é de cautela na Bolsa, apesar de bater máximas, esperando os comunicados do Fed e Copom.
“É quase um consenso que o Fed vai cortar 0,25pp, mas não sabemos qual a novidade que o banco central americano vai trazer amanhã, mas é difícil ver o Fed mais dovish do que o mercado está esperando. Lá fora, o varejo veio mais forte, mas o emprego sofre bastante e a inflação se encontra alta, acima do teto [de 2%]. Por aqui também não tem como o Copom ser muito dovish, a atividade está ruim, mas inflação está acima do teto. Amanhã, o dia vai parado até sair a decisão do Fed”.
Silva comentou que “parece que o mercado que não está movendo por fundamentos. Nada melhorou e a bolsa está renovando máximas e com volumes baixos, atingindo as mínimas nos últimos seis anos, segundo a B3. Os bancos caem, Petrobras e Vale estão próximos do zero a zero e os papéis que estavam largados como varejo e consumo estão performando bem nos últimos dias”.
Daniel Teles, especialista da Valor Investimentos, disse que “a Bolsa chegou a bater novo recorde histórico e a curva de juros cedendo muito por conta da expectativa de corte de juros nos EUA. O mercado está tentando entender a magnitude desse corte. Se for de 0,50 ponto porcentual (pp), que é acima da expectativa do mercado, a bolsa pode se beneficiar ainda mais”.
Outro analista do mercado financeiro disse que o mercado está de olho no corte de juros nos Estados Unidos amanhã. “O Fed deve reduzir a taxa de 0,25pp, e isso deve favorecer os países emergentes. A bolsa ganha força puxada pelo varejo que se beneficia com queda dos DIs, e o com a possibilidade de acontecer o movimento de carry trade com a diferença de juros brasileiros e americanos”.
O dólar fechou em queda de 0,43%, cotado a R$ 5,2981. A moeda refletiu, ao longo da sessão, o intenso fluxo estrangeiro e a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) comece a cortar os juros amanhã.
Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, “estamos vendo o dólar rompendo o patamar de R$ 5,30 em linha com o que está acontecendo com o DXY o dólar está perdendo força com a expectativa de corte de juros do Fed e a possibilidade de haver muitos cortes – o mercado deve ficar de olho no comunicado e no discurso das 15h30”.
“No geral, esperamos que haja pressão altista para o real enquanto tiver fluxo estrangeiro para emergentes, passando este movimento podemos ter uma correção, mas não deve ser nada abrupto”, acrescentou Komura.
Para o sócio da Rio Negro Investimentos João Soares, explica que a queda do dólar também irá beneficiar a inflação, além de beneficiar setores diretamente atrelados ao movimento da divisa estadunidense, como varejo, aviação e tecnologia.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. O driver do dia foi a expectativa de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) inicie o corte dos juros amanhã, porém seja cauteloso.
Por volta das 16h24 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,885% de 14,895% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,955%, de 13,995%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,190%, de 13,265%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,070% de 13,160% na mesma comparação. O dólar caía 0,45%, cotado a R$ 5,2967.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo negativo, com poucas alterações em relação ao dia anterior, à medida que investidores realizavam lucros antes da muito aguardada decisão do Federal Reserve sobre a taxa de juros.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,27%, 45.757,90 pontos
Nasdaq 100: -0,07%, 22.333,96 pontos
S&P 500: -0,12%, 6.606,76 pontos
Paulo Holland, Soraia Budaibes e Darlan de Azevedo(Safras News)
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