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Bolsa fecha em alta e dólar em queda digerindo mudanças do IOF

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São Paulo – Após o estresse em torno do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e recuo do governo, a Bolsa conseguiu fechar em leve alta, na máxima do dia-137.824,29 pontos, com o mercado digerindo todo esse movimento das medidas do governo. No interdiário atingiu a mínima de 134.997,30 pontos. Na semana, o Ibovespa caiu 1,29%.

Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou mudanças nas operações de investimentos de fundos nacionais no exterior de 3,5% para alíquota zero. Segundo o ministro, as taxas foram equalizadas. “Valia a pena fazer a mudança para evitar especulações, afirmou o ministro.

O principal índice da B3 subiu 0,40%, aos 137.824,29 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho subiu %1,84, aos 138.905 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em queda.

Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro do grupo Axia Investing, explicou que “o mercado futuro sobe [+de 1,5%] muito mais que o [mercado] à vista, porque ontem ele também caiu forte depois do fechamento das ações. É um movimento de ajuste em plena sexta-feira. O recuo do governo é visto como instabilidade e incerteza, acredito que a gente precifique isso na segunda-feira”.

Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital, disse que o Ibovespa chegou a perder os 135 mil pontos na sessão de hoje diante das incertezas domésticas, repercutindo o aumento do IOF.

“O Ibovespa chegou a perder os 135 mil pontos pela manhã. Apesar da recuperação a tarde, com o Ibovespa voltando a trabalhar acima dos 137 mil pontos, a tendência da semana segue negativa, com uma desvalorização acumulada em torno de 1,5%. A leitura do mercado é clara: o Brasil segue barato para o investidor estrangeiro, mas a imprevisibilidade fiscal e política cobra um preço”.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, comentou que “a revogação parcial do aumento do IOF demonstra que o governo sentiu a pressão dos mercados e buscou minimizar danos à credibilidade fiscal. A taxação de 3,5% sobre aplicações de fundos no exterior afetaria diretamente a competitividade dos veículos de investimento brasileiros. Ainda que as demais alíquotas tenham sido mantidas, o recuo parcial sinaliza um governo mais sensível à reação do capital institucional. No entanto, a medida inicial já acendeu o alerta: aumentar carga tributária sem planejamento pode gerar fuga de capitais, instabilidade cambial e menor atratividade do Brasil como destino de investimento”.

Rafael Weber, analista da RJI-Gestão e Investimentos, disse que a bolsa melhora com a expectativa de que o governo recue mais nas medidas do IOF.

“Não acredito que voltem atrás em tudo, mas devem mexer, principalmente, no crédito para as empresas. Ficou todo mundo assustado. Aumentar o IOF de 1,1% para 3,5% é muito. O spread que se paga sobre a taxa de juros dessas empresas é alta e a dívida cresce”.

Weber ressaltou que as medidas do governo foi “um pacote de maldades muito grande. A surpresa foi negativa da majoração do IOF porque o próprio ministro [Fernando Haddad] disse em janeiro que não mexeria no IOF e, ainda, veio em um patamar muito acima em um momento que a gente precisa de dólar. Estamos com um diferencial de juros não tão alto como no passado, mas as treasuries estão em níveis elevados se comparado com períodos anteriores, o que preocupa”.

Em relação à contenção de gastos anunciada ontem de R$ 31 bilhões para o cumprimento da meta fiscal, Weber acredita ter sido tímida. “A gente está precisando de [corte] de R$ 100 bilhões [corte] e estamos falando de R$30 bilhões”.

Mais cedo, Ubirajara Silva, gestor de renda disse que a tarifa do Trump reflete nos mercados, voltamos à discussão anterior do mês passado. Isso vai impactar no crescimento, bolsas caem e petróleo recua. O que preocupa muito é o nível dos juros longos no exterior- as treasuries de 30 anos estão acima de 5%, o Japão na máxima histórica. Isso vai trazer problema em breve.

O gestor de renda variável disse que o recuo do governo [em relação ao IOF] “foi positivo na parte de fundos”, mas acredita que deverá vir outra medida porque “precisam arrecadar, e além disso aumentar a popularidade do Lula para tentar ganhar as eleições do ano que vem, não tem outra saída”.

Silva explicou que ontem depois que a notícia saiu, “o mercado à vista já estava fechado, e a liquidez dos derivativos é bem menor nesse período, a reação foi um pouco amplificada por conta da liquidez. Acho que vai ter saída de dinheiro. Não vejo ponto positivo para a bolsa porque o IOF impacta no varejo, como antecipação de recebíveis. O mercado pode melhorar um pouco, mas o horizonte é um pouco tenebroso no longo prazo. Somado a isso, o Trump aumentou a tarifa para a União Europeia em 50%”.

No mercado de câmbio, o  dólar comercial fechou em queda de 0,26%, cotado a R$ 5,6455. A moeda refletiu, no período da tarde, a precificação do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo. Na semana, a moeda teve desvalorização de 0,41%.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em coletiva realizada nesta manhã, disse que o IOF não irá subir 3,5%, mas irá manter em zero sobre aplicação de investimentos em fundos nacionais e 1,1% sobre remessas destinadas a investimentos. A princípio, ambas iriam a 3,5%.

Haddad ponderou que “não vê nenhum problema em corrigir a rota”.

Segundo o analista da Potenza Capital Bruno Komura, acredita que “parece que os mercados estão se acalmando, deixando passar todo os ruídos por causa do IOF”.

O governo deve revisar para não ter impactos: “O que fica, no final das contas, é que o governo está perdido”, observa Komura.

Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda. Isso reflete a melhora da percepção fiscal após o anúncio de contingenciamento de R$ 31,3 bilhões.

Por volta das 16h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,745% de 14,770% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,000%, de 14,120%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,570%, de 13,690%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,625% de 13,720% na mesma comparação.

No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, depois que o presidente Donald Trump reacendeu temores comerciais, advertindo a Apple e recomendando tarifas mais altas à União Europeia.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: -0,61%, 41.603,07 pontos
Nasdaq 100: -1,00%, 18.737,21 pontos
S&P 500: -0,67%, 5.802,82 pontos

 

Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

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