São Paulo -A Bolsa fechou no positivo e bateu novo recorde histórico de pontuação na faixa dos 139 mil pontos, e no interdiário atingiu os 140.203,04 pontos, com um cenário mais positivo para Brasil refletindo as declarações do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que os juros permanecerão elevados por mais tempo, e a aposta do mercado para fim do ciclo de alta. As ações do setor financeiro e de varejo avançaram.
Mais cedo, o Banco Central divulgou o IBC-Br, prévia do PIB, que subiu 0,08% em março e 3,49% na comparação anual, ambos acima do esperado de 0,30% e 2,80%, respectivamente.
As ações do Bradesco (BBDC4) subiram 0,90%. Itaú (ITUB4) avançou 1,18%. À exceção fica para o Banco do Brasil (BBAS3), que caiu 2,45%, ainda sob efeito do balanço do 1T25. Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) subiu 1,22% e Lojas Renner (LREN3) teve ganho de 2,62%. refletindo a queda na curva de juros.
O principal índice da B3 subiu 0,32%, aos 139.636,41 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou alta de 0,60%, aos 141.130 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Alison Correia, analista de investimentos e sócio-fundador da Dom Investimentos, disse que o Ibovespa não acompanha o mau humor no exterior.
“O Ibovespa superou os 140 mil pontos renovando a máxima intraday, com Galípolo dizendo em um evento pela manhã que espera que os juros permaneçam em um nível restritivo por mais tempo, o que levou o mercado a pensar que o Copom não optará por mais uma alta na próxima [reunião [em junho]. Isso ajuda a manter os juros futuros para baixo e colabora para o otimismo na bolsa. No Boletim Focus divulgado, mais cedo, a previsão para a Selic foi mantida em 14,75% até o fim do ano, o que é positivo e mostra que podemos de fato ter chegado ao topo do ciclo de alta de juros”.
Diego Faust, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que falas do Galípolo, recomendação de bancos estrangeiros e IBC-Br ajudam o Indice.
“O Galípolo reafirmou como Banco Central vai reagir aos movimentos do governo, principalmente em relação à questão fiscal. A fala dele sobre permanecer com patamar mais restritivo [de juros] por mais tempo não é ruim à medida que o mercado está esperando um posicionamento do Banco Central firme a esses riscos. Temos segurança maior das altas [de juros] que ele manteve, depois que ele assumiu. É bom ter isso reafirmado. Outro ponto favorável é que o JP Morgan seguiu o Banf of America em indicar ações de emergentes. Essa rotação global depois do pré-acordo entre China-EUA, tem trazido fluxo para os emergentes. O IBC-Br subindo em março, mostrando atividade forte, principalmente nesse momento em que ainda existe possibilidade de recessão global, é um favorável para a Bolsa”.
Mas, Faust ressaltou que ainda “temos papéis descontados, como os ligados ao minério de ferro, Petrobras. É interessante ver o setor financeiro andar, tem menos prêmio. Vemos mais uma descompressão da queda do Ibovespa que tivemos no início do ano que uma tendência de alta”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em queda de 0,25%, cotado a R$ 5,6543. A tônica na primeira sessão da semana foi a fala conservadora do presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, e certo otimismo do mercado com o Brasil.
Para o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, o investidor demonstra otimismo com o Brasil, e que a moeda pode tem potencial para atingir a casa dos R$ 5,50.
Bruno Komura, analista da Potenza, disse que as falas do Galípolo ajudam na melhora do mercado de câmbio.
“O Galípolo disse que vai fazer o que for possível para manter as expectativas de inflação bem ancoradas para atingir a meta. Apesar de ele ter um discurso mais duro de higher for longer para a Selic, isso acaba sendo bom para o mercado. Ele está querendo gerenciar as expectativas para o mercado não precificar corte [de juros] logo. O Galípolo vai ser técnico e fazer o que for necessário. Isso é importante porque tem problema fiscal lá fora, com o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos [nota de crédito foi rebaixada de Aaa para Aa1 pela agência de classificação de risco Moodys], e aqui. O DXY cai em um ambiente desse. O dólar está perdendo força e as outras moedas se beneficiando, isso reforça o movimento de estrangeiros”.
O Dollar Index, que mede o comportamento da moeda americana frente a uma cesta de unidades, recuava, às 17h10, 0,70%, a 100,38 pontos.
Assim como dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) caem. O movimento de queda teve início no final da manhã, após o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reafirmar o compromisso da instituição em manter a Selic (taxa básica de juros) em patamares elevados durante tempo indeterminado.
Por volta das 16h39 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,715% de 14,740% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,925%, de 14,000%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,460%, de 13,600%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,485% de 13,605% na mesma comparação.
No exterior, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, à medida que os rendimentos dos títulos do Tesouro recuaram de suas mínimas recentes.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,32%, 42.792,07 pontos
Nasdaq 100: +0,02%, 19.215,46 pontos
S&P 500: +0,09+%, 5.963,60 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News