São Paulo -A Bolsa fechou em alta em linha com o exterior e com sentimento do mercado de que o Executivo e Legislativo podem chegar a um acordo sobre as medidas para substituir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse em coletiva, que vai apresentar as propostas na semana que vem, após a reunião com líderes partidários que acontecerá no domingo (8). O ministro esteve reunido com o presidente Lula, e os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
As ações da Petrobras (PETR4) chegaram a cair mais de 1% e fecharam em queda de0,26%. Vale (VALE3) encerrou estável, -0,05%. A Moodys colocou em observação os ratings de Petrobras e Vale.
Na contramão, as varejistas subiaram como Magazine Luiza (MGLU3) e Lojas Renner (LREN3), +7,44% e 2,50%. Indice Small Caps avançou 2,28%.
Os papéis do Bradesco (BBDC3 e BBDC4) registraram alta de 1,28% e 1,72%, após o Itaú BBA elevar a recomendação para outperform, equivalente a compra e preço-alvo de R$20.
A ação da Petz (PETZ4) subiu 0,93%, após o Cade aprovar a fusão entre companhia e Cobasi.
O principal índice da B3 subiu 0,55%, aos 137.4546,26 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em junho registrou alta de 0,71%, aos 138.395 pontos. O giro financeiro foi de R$ 21,7 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.
Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos, disse que o exterior mais positivo e os sinais de alinhamento político em Brasília deram sustentação ao dia positivo para o Ibovespa.
“O pregão começou com queda e pressão pela queda das commodities, mas o sinal se inverteu a partir dos dados mais fracos nos EUA, que reforçam apostas em cortes de juros pelo Fed, e pela percepção de que o governo e o Congresso caminham para uma solução negociada sobre o IOF”.
Tiago Feitosa, fundador da T2 Educação, disse que viu como positivo o alinhamento entre os poderes Executivo e Legislativo, mas o mercado ainda espera pelas medidas que serão apresentadas pelo governo.
“Como será resolvido o IOF e cumprir a meta fiscal, qual será a proposta pensando em reforma estrutural. Não adianta aumentar a arrecadar agora e em 2026, ano de eleição, gastar bastante”.
Feitosa disse que a alta do Ibovespa reflete o bom humor externo.
Mais cedo, Marcelo Boragini, especialista em renda variável da Davos, disse que o mercado segue cauteloso com o fiscal.
“O mercado acompanha de lupa as incertezas sobre as novas medidas do governo e o impacto na arrecadação fiscal, especialmente os investidores que operam com ativos internacionais e fundos multimercados. A desaceleração chinesa preocupa o mercado e traz impacto negativo nas commodities”.
Mais cedo, Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que a cautela segue no mercado com a possível alternativa para o IOF.
“Os investidores estão cautelosos porque nunca se sabe do que vem pela frente, normalmente a surpresa é tende a ser mais ruim que boa. O governo deve anunciar algo [acertado] com o Congresso e não deve ter algo tão impactante, mas a cautela vai seguir até que isso se definida. A situação na China é de uma atividade fraca, e isso pressiona principalmente o minério [consequentemente as commodities]”.
No mercado de câmbio, o dólar fechou em queda de 0,64%, cotado a R$ 5,6367. A moeda refletiu, especialmente no período da tarde, a evolução das negociações sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou um pacote de medidas, que será enviado ao Congresso, e que prevê uma proposta de Emenda à Constituição, um Projeto de Lei amplo e talvez até uma medida provisória (MP) para questões pontuais.
Segundo o economista chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, “parece que o mercado está apostando em um desfecho positivo do IOF. Há um aceno positivo de que o governo está disposto a cortar gastos estruturais – neste momento é uma aposta”.
Borsoi, contudo, alerta: “Se for uma bala de festim, o mercado vai cobrar o preço”.
Para o sócio da Pronto! Invest Vanei Nagem, o movimento reflete o otimismo de um desfecho positivo nas negociações comerciais entre China e Estados Unidos, além da expectativa de um “meio termo” no imbróglio do IOF.
Na contramão do dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta. Mais do que a produção industrial – divulgada pela manhã -, as atenções estão voltadas para as negociações sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no Congresso.
Por volta das 16h29 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,815% de 14,770% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,200%, de 14,165%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,705%, de 13,675%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,685% de 13,605% na mesma comparação.
No mercado externo, os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão desta terça-feira em alta, impulsionados pelo desempenho de ações de tecnologia e pela expectativa de avanços nas negociações comerciais entre Washington e Pequim. A Nvidia foi o principal destaque do pregão, subindo mais de 3% e ultrapassando a Microsoft em valor de mercado pela primeira vez desde janeiro.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,51%, 42.519,64 pontos
Nasdaq 100: +0,81%, 19.398,96 pontos
S&P 500: +0,58%, 5.970,37 pontos
Paulo Holland e Larissa Bernardes / Safras News
