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Bolsa fecha em alta, com bancos e Petrobras, após dados de crédito e Caged abaixo do esperado; dólar cai

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São Paulo, 27 de agosto de 2025 – O Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira em alta, sustentada por uma combinação de fatores domésticos e do cenário internacional, como os dados de emprego que reforçam a ideia de inflação mais controlada. O mercado também avaliou positivamente a subida das concessões de crédito no Brasil, que reforçou a percepção de fluxo econômico sustentado, ainda que acompanhado por sinais de inadimplência elevada, evidenciando que o consumidor brasileiro ainda enfrenta custos de dívida elevados.

O principal índice da B3 fechou com ganho de 1,04%, aos 139.205,81 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em outubro avançou 0,68%, aos 141.410 pontos. O giro financeiro foi de R$ 12,1 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em alta.

Entre os ativos de maior peso que impulsionarm o índice, destaque para Petrobras (PETR3 e PETR4), que fecharam em altas de 0,63% e 0,59% e os bancos, que subiram em bloco, com exceção de Bradesco ON (BBDC3 -0,07%). A ação da Vale (VALE3) oscilou e também fechou em queda de 0,14%.

O movimento positivo ganhou força após a divulgação de dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que veio abaixo do esperado. Em julho, o Brasil criou 129.7751 empregos formais, segundo informou o Ministério do Trabalho e Emprego. O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, em torno de 235 mil vagas.

Nesta quarta-feira, o Banco Central (BC) também divulgou as Estatísticas monetárias e de crédito do mês de julho, que mostraram que o volume de crédito com recursos livres em julho avançou 0,2% no mês e 9,4% em doze meses, totalizando R$3,9 trilhões. No crédito livre às pessoas jurídicas, saldo de R$1,6 trilhão, com retração de 1,0% no mês e expansão de 5,8% em doze meses. O crédito livre às pessoas físicas somou R$2,3 trilhões, com avanços de 1,0% no mês e de 12,1% em doze meses. O crédito com recursos direcionados somou R$2,8 trilhões em julho, com avanços de 0,7% no mês e de 12,5% em doze meses. A taxa média de juros das concessões de crédito do sistema financeiro recuou 0,2 p.p. no mês e aumentou 3,6 p.p. em doze meses, situando-se em 31,4% a.a.

Segundo o BC, a inadimplência atrasos acima de 90 dias alcançou 3,8% em julho, com incrementos de 0,2 p.p. no mês e de 0,6 p.p. em doze meses. Na carteira de crédito livre, a inadimplência atingiu 5,2%, com incremento de 0,2 p.p. no mês e de 0,8 p.p. em doze meses. Por segmento, em ambas as carteiras de crédito livre às pessoas jurídicas e às pessoas físicas a inadimplência subiu 0,2 p.p., situando-se, respectivamente em 3,3% e 6,5%. Em doze meses, a inadimplência nesses segmentos aumentou 0,4 p.p. e 1,0 p.p., na mesma ordem. Em junho, o endividamento das famílias situou-se em 48,7%, com redução de 0,2 p.p. no mês e aumento de 1,0 p.p. em doze meses. O comprometimento de renda recuou 0,1 p.p. no mês e avançou 1,3 p.p. em doze meses, alcançando 27,6%.

Os investidores também acompanharam as falas do presidente do BC, Gabriel Galípolo, nesta tarde em evento da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Ele reiterou que a Selic (taxa básica de juros) deve permanecer em patamar restritivo (15%) por mais tempo, que o valor atual da taxa gera certa segurança e que a convergência à meta de inflação está ocorrendo de forma lenta. Ao dizer que os juros elevados são uma questão mais estrutural do que conjuntural, o banqueiro central disse que o Produto Interno Bruto (PIB) surpreende e vem crescendo acima das projeções iniciais, indicando que a renda tem se mostrado resiliente. O presidente do BC ainda disse que existem incertezas quanto à política econômica dos Estados Unidos, fazendo com que o ambiente global permaneça volátil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também disse à jornalistas, na tarde de hoje, que se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, e que ‘passou em revista’ os projetos prioritários para serem votados na casa. Mais cedo, em entrevista ao Canal UOL, Haddad reafirmou seu compromisso com a agenda econômica do governo Lula, negou ter intenção de disputar a Presidência em 2026, defendeu a reforma tributária da renda, que prevê a taxação de super-ricos. Ao comentar o impacto do tarifaço anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, contra exportações brasileiras, Haddad disse que o Brasil tem condições de enfrentar a medida e que o governo vem aproveitando o momento para fortalecer mecanismos de exportação. Haddad avaliou ainda que a elite brasileira mantém resistência ao presidente Lula e tende a apoiar candidatos conservadores em 2026.

No início do pregão, o mercado também repercutiu a tentativa do presidente norte-americano, Donald Trump, de demitir a diretora do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Lisa Cook. O analista da Potenza Capital Bruno Komura observou que além do mal-estar gerado por Trump, as incertezas sobre a China impactavam diretamente o minério de ferro. As ações ligadas aos bancos e commodities tendem a performar mal daqui para a frente: o fator macro, especialmente os juros, vai começar a ceder, previa o analista.

Otávio Araújo, consultor Sênior da ZERO Markets Brasil, disse que a tendência positiva do Ibovespa no pregão de hoje foi sustentada por uma combinação de fatores domésticos e do cenário internacional, como os dados do Caged que reforçam a ideia de inflação mais controlada, após o IPCA-15 trazer números melhores do que o esperado.

A performance do mercado brasileiro também se apoia na movimentação dos mercados lá fora, com investidores reagindo ao ambiente de maior liquidez internacional e à cautela em torno das decisões do Federal Reserve. Além disso, o avanço das concessões de crédito no Brasil reportado hoje reforça a percepção de fluxo econômico sustentado, ainda que acompanhado por sinais de inadimplência elevada, evidenciando que o consumidor brasileiro ainda enfrenta custos de dívida elevados.

No campo político, cresce entre agentes financeiros a leitura de que uma nova estratégia de comunicação do governo Lula pode reforçar o compromisso com justiça social e tributária, o que contribui para um tom mais construtivo sobre o próximo ciclo político e seus reflexos para o ambiente de investimentos.

O dólar comercial fechou em queda de 0,33%, cotado a R$ 5,4158. A primeira parte da sessão foi marcada pela aversão ao risco gerada pela pressão do presidente norte-americano, Donald Trump, sobre o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Na parte da tarde, contudo, o intenso fluxo estrangeiro beneficiou a moeda brasileira.

O consultor sênior da Zero Markets Brasil Otávio Araújo, disse que “episódios como a demissão da diretora Lisa Cook reforçam esse clima de dúvidas sobre a independência do Fed, alimentando volatilidade em ativos emergentes, mas temporariamente favorecendo moedas como o real por fluxo de capital e operações de hedge de exportadores brasileiros”.

“O dólar se acomoda em patamar ligeiramente inferior devido ao ingresso de recursos estrangeiros e à busca global por alternativas diante da turbulência americana”, opina Araújo.

As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros(DIs) fecharam em tímida queda, próximas ao zero. O movimento de hoje foi impactado pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) referente a julho, que anunciou a criação de 129,8 mil vagas ante projeções de 136,2 mil.

Por volta das 16h29 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,890% de 14,895% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,960%, de 13,975%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,280%, de 13,305%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,235% de 13,245% na mesma comparação. O dólar caía 0,25%, cotado a R$ 5,4200.

Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em alta, enquanto os investidores voltavam suas atenções para os resultados da Nvidia, que podem ser um momento decisivo para o mercado em alta.

Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:

Dow Jones: +0,32%, 44.565,11 pontos

Nasdaq 100: +0,21%, 21.590,14 pontos

S&P 500: +0,24%, 6.481,38 pontos

Com Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

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