São Paulo -A Bolsa fechou em alta impulsionada pela expectativa de corte de juros nos Estados Unidos ainda esse mês, na reunião de 16 e 17, após os dados mais fracos do mercado de trabalho do setor privado americano. Soma-se ao avanço das ações dos bancos e varejo. O investidor fica no aguardo do payroll, indicador mais importante da semana, que sai amanhã (5).
O Ibovespa oscilou entre a mínima de 139.832,12 pontos e a máxima de 141.481,83 pontos.
A Petrobras (PETR4) fechou no zero a zero. Itaú (ITUB4) e o Banco do Brasil (BBAS3) avançaram 0,39% e 0,69%, nessa ordem. Bradesco (BBDC4) registrou alta de 2%. Magazine Luiza (MGLU3) fechou com ganho de 5,23%.
O principal índice da B3 subiu 0,80%, aos 140.993,25 pontos. Às 17h13 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em outubro tinha ganho de 0,84%, aos 142.995 pontos. O giro financeiro foi de R$ 17,8 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam no positivo.
Para Danilo Coelho, economista e especialista em investimentos pela FBNF- Faculdade Brasileira de Finanças e Negócios, o setor de varejo ajuda no movimento positivo da Bolsa, além dos dados do mercado de trabalho nos EUA abaixo do esperado.
“Várias empresas puxam o Ibovespa pra cima, principalmente o varejo e consumo, que são sensíveis a juros. O mercado também segue otimista após dados de ADP, nos EUA, que mostrou um mercado [de trabalho] menos aquecido, reforçando a possibilidade de queda de juros por lá. E, com isso, o mercado sobe na expectativa para o payroll. O dado pode reforçar essa queda de juros. Isso também pode dar um pouco mais de clareza sobre corte de juros aqui”.
Armstrong Hashimoto, sócio e operador de renda variável da Venice Investimentos, disse que por aqui a agenda está vazia e o mercado reage ao dado do mercado de trabalho nos EUA com aumento da expectativa de corte de juros na reunião desse mês.
“Por aqui, teremos apenas a balança comercial [registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto, com alta de 35,8% sobre agosto do ano passado]. O relatório ADP do setor privado que veio mais fraco, prévia do payroll, pode corroborar para corte de juros na reunião dos dias 16 e 17. Se o payroll [amanhã] vier em linha ou mais fraco que o esperado chancela essa queda. Na bolsa de Chicago, a CME, a aposta está entre 96% e 97% para o início de juros em setembro. Como pano de fundo, tem o julgamento do Bolsonaro, que no curto prazo pode gerar um estresse. Mas o mercado parece ter colocado no preço a condenação”.
Mais cedo, nos Estados Unidos, foram criadas 54 mil vagas em agosto no setor privado, abaixo da estimativa do mercado de 75 mil vagas, segundo a pesquisa ADP.
Ontem, o relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês), que não inclui o setor rural, também mostrou menos criação de postos de trabalho que o esperado. Foram criadas 7,181 milhões de postos no último dia útil de julho, queda, queda em relação aos 7,357 milhões registrados um mês antes.
Os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal nos Estados unidos subiram para 237 mil enquanto a expectativa era de 230 mil.
O dólar comercial fechou em queda de 0,12%, cotado a R$ 5,4468. A moeda norte-americana refletiu, ao longo da sessão, as expectativas sobre o payroll, que será divulgado amanhã nos Estados Unidos. O indicador deve impactar as apostas sobre a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), nos dias 16 e 17 deste mês.
Mais cedo, nos Estados Unidos, foram criadas 54 mil vagas em agosto no setor privado, abaixo da estimativa do mercado de 75 mil vagas, segundo a pesquisa ADP.
Os dados de pedidos de seguro-desemprego semanal nos Estados unidos subiram para 237 mil enquanto a expectativa era de 230 mil.
O economista da Valor Investimentos Ian Lopes observa que embora os dados de hoje divulgados tenham causado algum impacto, as atenções estão voltadas para o payroll, amanhã nos Estados Unidos, que tendem a dar sinais mais claros sobre os próximos passos da política monetária estadunidense.
Para o economista-chefe do Banco Bmg, Flávio Serrano, “existe expectativa com o payroll para de fato consolidar a visão de um mercado de trabalho mais fraco nos Estados Unidos, O clima é de cautela”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em queda, alinhadas ao exterior. O fiscal, contudo, segue no radar.
Por volta das 16h39 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,885% de 14,890% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 13,975%, de 13,995%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,325%, de 13,350%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,300% de 13,330% na mesma comparação. O dólar caía 0,12%, cotado a R$ 5,4468.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em campo positivo, enquanto investidores deixaram de lado os dados fracos de emprego no setor privado divulgados mais cedo. Agora, o grande relatório de empregos de sexta-feira paira sobre o mercado, com os traders desejando um número que fortaleça as chances de corte de juros sem causar medo de uma recessão.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: +0,77%, 45.621,29 pontos
Nasdaq 100: +0,98%, 21.707,69 pontos
S&P 500: +0,83%, 6.502,08 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Safras News

