São Paulo -A Bolsa fechou em alta, bateu novo recorde histórico, em um pregão morno, com agenda econômica fraca e liquidez reduzida em razão da ausência do mercado americano. Na semana, o índice acumulou ganhos de 3,21%.
A notícia mais relevante foi a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, em suspender os decretos do IOF do Executivo e do Congresso, e pedir conciliação entre os poderes.
Na ponta positiva, os destaques ficaram para Vibra (VBBR3) e MRV (MRVE3) com altas de 2,68% e 2,11%. Na ponta negativo, Engie Brasil (EGIE3) caiu 5,16%.
O principal índice da B2 subiu 0,23%, aos 141.263,56 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto registrou alta de 0,10%, aos 143.270 pontos. O giro financeiro foi de R$ 8,9 bilhões.
Carlos Braga Monteiro, Ceo do Grupo Studio, disse que o atual patamar do Ibovespa abre uma janela interessante de oportunidades, mas as empresas devem se preparar para isso e aproveitá-la com responsabilidade e visão de longo prazo.
“O recorde do Ibovespa representa uma janela de oportunidade para empresas que estão organizadas do ponto de vista fiscal e operacional. Um mercado de capitais aquecido tende a valorizar negócios com estrutura enxuta, conformidade regulatória e capacidade de escalar com eficiência. No entanto, é preciso cautela para não confundir valorização pontual da Bolsa com melhoria generalizada das condições econômicas. O cenário fiscal ainda exige atenção, e empresas que focam em performance e redução inteligente de custos estarão mais preparadas para aproveitar eventuais ondas de crescimento sustentado nos próximos trimestres”, explica.
Alexandre Pletes, head de renda variável da Faz Capital, disse que “a baixa liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos impacta o fluxo de investidores estrangeiros, mas a bolsa segue com fluxo embalada por ontem. A queda na ponta longa dos DIs ajuda o Ibovespa e, principalmente, os setores de varejo e construção. A bolsa deve ficar mais lateralizada hoje e não devemos ter grandes elevações, bateu a máxima de 141.452 pts. Só deve mudar se tivermos alguma notícia relevante”.
Em relação à decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de suspender decretos sobre IOF do governo e do Congresso, “não acredito que fez preço porque a determinação é de chegar em um consenso. O Centrão que está coordenando as investidas no STF disse que vai recorrer para tentar manter o veto alegando que o governo quer aumentar impostos. A possível conciliação mostrando pontos de interesse de cada lado pode ser uma saída”.
O dólar comercial fechou a R$ 5,4241 para venda, com valorização de 0,37%. Às 17h05, o dólar futuro para agosto tinha alta de 0,20% a R$ 5.459,000. O Dollar Index, que mede o desempenho da moeda americana frente a uma cesta de unidades, recuava 0,19% a 96,99 pontos. Na semana, a moeda recuou 1,07%.
Após atingir ontem o menor nível em um ano, o dólar subiu moderadamente, em um dia volátil e sem a referência do mercado americano devido ao feriado nos Estados Unidos.
Os investidores avaliaram a decisão do ministro do Supremo (STF), Alexandre de Moraes, suspender os atos do Executivo e Congresso sobre o Imposto sobre Movimentação Financeira (IOF) e convocar conciliação. As tarifas de Donald Trump também mereceram atenção.
Julio Hegedus Netto, economista da Confiance Tec, disse que “o mercado está morno, com poucas movimentações em dia de liquidez reduzida por falta do mercado americano. Parece que o mercado gostou de o STF anular de tudo na alteração do IOF. A decisão foi sensata”.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta em um pregão bastante volátil sem a referência do mercado de treasuries com o feriado nos Estados Unidos. A liquidez ficou reduzida.
Por volta das 16h29 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 14,920% de 14,920% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 14,180%, de 14,140%, o DI para janeiro de 2028 ia a 13,405%, de 13,365%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 13,235% de 13,210% na mesma comparação.
Dylan Della Pasqua / Safras News