São Paulo -A Bolsa fechou em alta, oscilou entre a máxima de 132.983,92 pontos e 132.068,02 pontos, puxada pelas ações ligadas às commodities e setor financeiro, à exceção do Itaú. O Índice andou na contramão do mercado americano.
A Petrobras (PETR3 e PETR4) subiu 1,05% e 0,94%. A Vale (VALE3) registrou ganho 0,61%. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) avançaram 1,72% e 1,63%. Banco do Brasil (BBAS3) registrou ganho de 1,19%, mas Itaú (ITUB4) caiu 1,07%. Na ponta negativa, Automob (AMOB3) caiu 7,40%.
O destaque positivo ficou para Braskem (BRKM5) com alta de9,68%. Segundo Lucas Almeida, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital, esse movimento “pode refletir uma possível expectativa de desinvestimentos ou reestruturação. O papel está bastante descontado em relação aos pares e, diante do cenário técnico mais favorável, investidores parecem antecipar compras e pressionar novas altas no papel”.
O principal índice da B3 subiu 0,34%, aos 132.519,63 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril registrou alta de 0,10%, aos 133.420 pontos. O giro financeiro foi de R$ 20,9 bilhões. Em Nova York, os índices fecharam em queda.
Felipe SantAnna, especialista em mercado financeiro, afirma que commodities e setor financeiro ajudam índice.
“O mercado ficou parado na sessão de hoje, abriu com alta e consolidou, mas não sai do lugar. Petrobras, Vale e bancos seguram o índice, no entanto, se começarem a realizar no fim do pregão, vai fechar quase no 0x0”.
Em relação à queda da JBS, SantAnna explica que a empresa “teve um resultado fantástico, lucro enorme, mas [isso] já tinha sido precificado há 10 dias. Hoje estão colocando lucro no bolso e esperando a “data com” dos dividendos”. JBS (JBSS3) perdeu 2,70%.
O especialista em investimentos e sócio da AVG Capital ressalta que “apesar da tensão externa, o Brasil está se beneficiando do fluxo estrangeiro e da recuperação de commodities. Acredito que se o cenário externo não piorar, pode haver espaço para o mercado local seguir firme no curto prazo”.
Ubirajara Silva, gestor de renda variável, afirma que “a impressão é que a bolsa está no final do stop dado que ontem o mercado chegou a fazer nova máxima e depois teve um sell of [venda] grande. As commodities seguram o índice”.
Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital, diz que a Bolsa sobe com ajuda das commodities em meio a um exterior mais negativo.
“O Ibovespa está conseguindo se sustentar pelas commodities, como a Vale, e as ações ligadas aos juros, apesar de não condizer com o movimento dos DIs [operam em alta], sobem por questões pontuais, como MRVE, Localiza, Vivara e Vamos”.
Furtado explica que “ao mesmo tempo que o BC tenta colocar a inflação de volta à convergência para a meta, muitas medidas [do governo] estão indo na contramão-como isenção do IR, crédito consignado. A grande preocupação é como será o período pré-eleitoral, que deve pressionar ainda mais o trabalho do BC, que não é fácil, e adicionar um pouco de indecisão no índice. Apesar disso, a bolsa está próxima a máxima histórica. Ela estava barata, vem se recuperando e tem espaço para subir. O gringo está entrando no Brasil com certo otimismo. A temporada de resultados [do 4T24] está ótima com muitas surpresas positivas”.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou em alta de 0,42%, cotado a R$ 5,7328. A moeda refletiu, ao longo da sessão, movimento de correção e alinhamento ao movimento global.
Para o head de Tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, o fluxo estrangeiro segue intenso e o movimento de hoje pode ser visto como uma pequena correção.
“A alta do dólar se consolidou frente a quase todas as moedas, tanto emergentes como de países desenvolvidos e o real acompanhando esse movimento, mas ainda dentro do range dos últimos quatro dias uteis”, contextualiza Weigt.
Assim como o dólar, as taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DIs) fecharam em alta puxadas por questões fiscais.
Por volta das 16h38 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2026 tinha taxa de 15,160% de 15,115% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2027 projetava taxa de 15,135%, de 15,055%, o DI para janeiro de 2028 ia a 14,945%, de 14,855%, e o DI para janeiro de 2029 com taxa de 14,890% de 14,795% na mesma comparação.
Os principais índices do mercado de ações dos Estados Unidos fecharam o pregão em queda, liderados pelo setor de tecnologia, enquanto a pressão sobre as tarifas aumentava. O Nasdaq, com forte concentração tecnológica, perdeu 2,04%, com as ações da Nvidia caindo quase 6%.
Confira abaixo a variação e a pontuação dos índices de ações dos Estados Unidos após o fechamento:
Dow Jones: -0,31%, 42.454,79 pontos
Nasdaq 100: -2,04%, 17.899,0 pontos
S&P 500: -1,11%, 5.712,20 pontos
Paulo Holland e Darlan de Azevedo / Agência Safras News

