São Paulo, 19 de março de 2025 – A projeção para o crescimento do PIB de 2025 foi mantida em 2,3%. A previsão faz parte do Boletim Macrofiscal de março, divulgado pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Para 2026, o crescimento teve projeção indicada em 2,5%.
“Incertezas cresceram no ambiente externo nos últimos meses. Políticas do governo americano relacionadas à imposição de tarifas de importação, cortes de pessoal e restrições à imigração têm gerado tensões comerciais e geopolíticas, intensificando o quadro de incertezas e a volatilidade nos mercados globais”, aponta o boletim.
Segundo a SPE, o aumento do protecionismo tende a pressionar a inflação, porém esse efeito pode ser mitigado pelo impacto negativo da maior incerteza sobre a atividade.
O PIB brasileiro deverá crescer cerca de 1,5% na margem no primeiro trimestre. O maior ritmo de crescimento projetado para o trimestre está relacionado principalmente ao avanço esperado de 12,8% para o PIB da agropecuária, que deverá se beneficiar com a maior produção de soja, milho e arroz. Para o PIB de serviços, projeta-se alta de 0,3% no primeiro trimestre. O setor tende a ser impulsionado por atividades ligadas à agropecuária, como o comércio, e pelo reajuste real do salário mínimo. Para o PIB da indústria, a expectativa é de retração de 0,2%. O movimento deverá estar associado a um recuo na margem da indústria de transformação.
“Após aceleração da atividade no primeiro trimestre na margem, o PIB tende a desacelerar, ficando próximo da estabilidade no segundo semestre. Por setor produtivo, projeta-se expansão de 6,0% para o setor agropecuário, de 2,2% para a indústria e de 1,9% para o setor de serviços. Para os anos seguintes, projeta-se crescimento próximo a 2,5%”, completa o boletim.
Inflação
A previsão para a inflação medida pelo IPCA avançou de 4,8% para 4,9% em 2025. O IPCA para 2026 está projetado em 3,5% ao ano, contra previsão anterior de 3,40%. “Mudanças marginais no cenário esperado para a inflação explicam a mudança.”, pontua o texto.
Frente às variações acumuladas em doze meses até fevereiro, a expectativa até o final do ano é de desaceleração nos preços de monitorados e alimentos, de estabilidade na inflação de serviços e de aceleração nos preços de bens industriais. “As medidas para conter o avanço nos preços de alimentos podem contribuir para melhorar esse cenário, assim como a manutenção do câmbio em patamar mais próximo de R$/US$ 5,80”.
Dylan Della Pasqua / Safras News
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