Porto Alegre, 25 de agosto de 2023 – O mercado interno de arroz permanece com preços firmes, atingindo os níveis mais altos desde dezembro de 2020. “A combinação de uma oferta vendedora restrita e uma demanda vigorosa tem sido fundamental para sustentar as cotações em um cenário marcado por estoques cada vez mais limitados”, explica o analista e consultor de SAFRAS & Mercado, Evandro Oliveira. “Este contexto favoreceu os produtores que, graças a custos menores, estão observando uma recuperação de suas margens”, pondera.
No âmbito doméstico, mesmo com um incremento nas atividades de saída e beneficiamento de arroz no Rio Grande do Sul nos meses de maio a julho, o impacto sobre os preços ao consumidor tem sido sutil. “Este comportamento pode ser atribuído à possibilidade de que o varejo já estivesse operando com margens mais amplas anteriormente, o que lhe permitiria absorver com mais facilidade eventuais pressões de alta”, explica.
Diante disso, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (24) cotada a R$ 96,13, apresentando um avanço de 3,90% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve uma alta de 12,40%. E um aumento de 25,75% quando comparado ao mesmo período de 2022.
Esta recuperação nos indicativos surge às vésperas do início do plantio da safra 2023/24, que se estende de setembro a dezembro. “Este fator deve incentivar uma retomada de áreas que foram perdidas, sobretudo na safra 2022/23, onde somente o estado do Rio Grande do Sul registrou uma queda de cerca de 9% na área cultivada”, aposta Oliveira.
Diante do fenômeno El Niño, que usualmente traz mais chuvas para o Rio Grande do Sul, o excesso de umidade pode desencorajar o plantio de soja em áreas baixas, o que, combinado com preços mais atrativos e redução dos custos de produção, sugere um panorama favorável para a recuperação da área de arroz. “Contudo, um ponto de atenção é a falta de chuvas no momento, que está comprometendo a capacidade de barragens de irrigação, sobretudo na região da Fronteira Oeste gaúcha”, conclui o consultor.
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Rodrigo Ramos/ Agência SAFRAS
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