Em sua reunião encerrada em 7 de maio de 2025, o Comitê de Política Monetária (MPC) do Banco da Inglaterra decidiu, por uma votação apertada de 5 a 4, reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, fixando-a em 4,25%. Dois membros votaram por uma redução maior, de 0,5 ponto percentual, enquanto outros dois preferiram manter a taxa em 4,5%. Essa é a quarta redução desde agosto de 2024, refletindo uma abordagem cautelosa diante das incertezas econômicas globais e domésticas.
“A incerteza em torno das políticas comerciais globais intensificou-se desde a imposição de tarifas pelos Estados Unidos e as medidas tomadas em resposta por alguns de seus parceiros comerciais. Posteriormente, houve volatilidade nos mercados financeiros, e as taxas de juros implícitas de mercado caíram. As perspectivas de crescimento global enfraqueceram em decorrência dessa incerteza e dos novos anúncios de tarifas”, diz um trecho do comunicado do banco.
A decisão foi influenciada por diversos fatores, incluindo a desaceleração da inflação, que caiu para 2,6% após atingir um pico de 11,1% em outubro de 2022, e preocupações com os impactos econômicos das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos. Além disso, o MPC considerou os efeitos das tensões comerciais globais e das recentes flutuações nos mercados de energia e commodities.
O banco cita também que, embora o crescimento mensal do PIB em fevereiro foi muito mais forte do que o esperado, em 0,5%, a previsão de crescimento para o segundo trimestre deste ano foi revisada para baixo. “O crescimento do PIB foi projetado para desacelerar acentuadamente no segundo trimestre, para 0,1%, com riscos de queda”, afirma a nota do BoE.
O Banco da Inglaterra também atualizou suas projeções econômicas, prevendo que a inflação atinja a meta de 2% até o final de 2026, um ano antes do estimado anteriormente. No entanto, o banco alertou para os riscos persistentes, como a possibilidade de novos choques externos e a volatilidade nos mercados financeiros. O governador Andrew Bailey enfatizou a necessidade de uma abordagem “gradual e cuidadosa” na condução da política monetária, com decisões sendo tomadas reunião por reunião.

