Porto Alegre, 1 de dezembro de 2022 – Em meio a um cenário de custos de grãos elevados, por conta dos efeitos da pandemia, que transformaram o mercado, o presidente executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, espera que o setor possa fechar 2022 com um avanço nas exportações.
De acordo com Santos, que concedeu entrevista exclusiva à Agência SAFRAS no Avisulat 2022 – VI Congresso e Central de Negócios Brasil Sul de Avicultura, Suinocultura e Laticínios, na Fiergs, em Porto Alegre (RS), o setor avícola está trabalhando com uma nova realidade de preços altos para o milho, que representa 70% dos custos de nutrição animal, mas há uma tendência de que o estado possa fechar o ano com exportações ao redor de 740 mil toneladas, superando as 706 mil toneladas embarcadas em 2021. “Temos enfrentado oscilações no câmbio, os desdobramentos do conflito entre Rússia e Ucrânia na União Europeia, as restrições de exportação e demanda na China geradas pela política de covid zero, mas ainda assim devemos fechar o ano com aumento nos embarques”, pontua.
No âmbito interno, o setor registra nesse momento um descompasso com um custo de produção elevado e o preço de venda. “Temos tentado mostrar ao mercado que precisamos ter uma nova realidade de preço final nos produtos. As vezes conseguimos, outras não”, admite.
Santos afirma que a questão envolvendo o aumento observado nos alojamentos de frango merece atenção, pois em duas ocasiões, uma em 2021 e outra neste ano, quando o setor registrou uma hiper desvalorização no preço e o custo teve alta, algumas indústrias e cooperativas, por iniciativa própria, reduziram de 15% a 30% a produção. “Como houve uma euforia pelo aumento das exportações e, com a expectativa de que eleições pudessem dar uma maior segurança para o mercado interno, pode ter havido esse aumento do alojamento, o que irá levar o setor novamente a implantar novas reduções nos alojamentos. Como a avicultura sempre tem uma resposta rápida para isso, a qualquer momento, se a situação continuar assim, vai haver iniciativas das indústrias e cooperativas para reduzir a produção”, sinaliza.
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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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