Porto Alegre, 10 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de frango registrou preços estáveis a mais altos tanto para o frango vivo quanto para os cortes negociados no atacado e na distribuição, se comparados à semana anterior. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Iglesias, o cenário é um reflexo da oferta ajustada frente a demanda.
De acordo com o analista, além disso, a reposição ao longo da cadeia está aquecida, com expectativas favoráveis para o consumo até o fechamento do ano. “A variável a ser acompanhada com atenção, e que pesa na formação da margem da atividade, é o custo da nutrição animal. Os preços apresentaram firmeza no decorrer desta última quinzena”, afirmou.
Iglesias relembra que a Influenza Aviária ainda é um ponto relevante de atenção. “O Brasil segue mantendo um amplo trabalho de testagem e de vigilância para impedir a incursão da doença em seu plantel comercial. O país tende a ampliar as precauções a partir de novembro, período em que inicia as migrações das aves do hemisfério norte para o hemisfério sul”, destaca.
“O viés para as cotações dos cortes continua positivo, diante da boa reposição entre atacado e varejo, além dos ajustes para o atendimento da demanda das festividades de dezembro. A maior capitalização das famílias, por conta entrada da massa salarial na economia, é ponto que deve favorecer o consumo”, conclui Iglesias.
Preços internos
Segundo levantamento de SAFRAS & Mercado, no atacado de São Paulo os preços dos cortes congelados de frango tiveram mudanças ao longo da semana. O preço do quilo do peito no atacado teve estabilidade de R$ 9,00, o quilo da coxa teve de R$ 7,00 e o quilo da asa teve alta de R$ 11,70 para R$ 11,90. Na distribuição, o preço do quilo do peito permaneceu em R$ 9,20, o quilo da coxa em R$ 7,20 e o quilo da asa subiu de R$ 11,90 para R$ 12,10.
Nos cortes resfriados vendidos no atacado, o cenário da semana também apresentou alterações nas cotações. No atacado, o preço do quilo do peito continuou em R$ 9,10, o quilo da coxa em R$ 7,10 e quilo da asa teve valorização de R$ 11,80 para R$ 12,00. Na distribuição, o preço do quilo do peito seguiu em R$ 9,30, o quilo da coxa em R$ 7,30 e o quilo da asa teve avanço de R$ 12,00 para R$ 12,20.
O levantamento semanal realizado por SAFRAS & Mercado nas principais praças de comercialização do Brasil apontou que, em Minas Gerais, o quilo vivo registrou alta de R$ 5,00 para R$ 5,15 e, em São Paulo, de R$ 5,00 para R$ 5,20.
Na integração catarinense a cotação do frango ficou em R$ 4,40. Na integração do oeste do Paraná, a cotação continuou em R$ 4,50 e na integração do Rio Grande do Sul em R$ 4,80.
No Mato Grosso do Sul, o preço do quilo vivo do frango caiu de R$ 4,95 para R$ 4,65. Em Goiás a alta foi de R$ 5,00 para R$ 5,10 e, no Distrito Federal, de R$ 5,00 para R$ 5,15.
Em Pernambuco, o quilo vivo teve avançou de R$ 5,20 para R$ 5,40, no Ceará de R$ 5,20 para R$ 5,40 e, no Pará, de R$ 5,10 para R$ 5,50.
Exportações
Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostram que as exportações brasileiras de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 401,7 mil toneladas em outubro, número que supera em 2% o total embarcado no mesmo período do ano passado, com 394 mil toneladas.
Em receita, as exportações de carne de frango do mês de outubro chegaram a US$ 723,5 milhões, número 12% menor que o resultado alcançado no mesmo período do ano passado, com US$ 822,6 milhões
No acumulado do ano (janeiro a outubro), as exportações de carne de frango chegaram a 4,307 milhões de toneladas, volume 6,1% maior que o registrado no mesmo período de 2022, com 4,060 milhões de toneladas. Considerando ainda os 10 primeiros meses de 2023, a receita resultante das exportações chegou a US$ 8,301 bilhões, número 1,3% maior que o total registrado no ano passado, com US$ 8,195 bilhões.
Entre os principais destinos das exportações de carne de frango em 2023 (considerando o período entre janeiro e outubro), foram destaques as vendas para a China, com 592,6 mil toneladas (+31% em relação ao mesmo período do ano anterior), Arábia Saudita, com 305 mil toneladas (+5%), África do Sul, com 286 mil toneladas (+25%), Coreia do Sul, com 166,5 mil toneladas (+9%) e México, com 155,6 mil toneladas (+22%).
Principal exportador de carne de frango do Brasil, o Paraná exportou 1,778 milhão de toneladas entre janeiro e outubro, número 9,6% maior que o registrado no mesmo período de 2022. No ranking de exportadores, em seguida estão Santa Catarina, com 903 mil toneladas (+6,6%), Rio Grande do Sul, com 616,4 mil toneladas (-1,93%), São Paulo, com 246,1 mil toneladas (+7,9%) e Goiás, com 195,6 mil toneladas (+20,5%).
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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