Avanço de reposição e entrada de salários na economia sustentam preços da carne suína

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suíno

Porto Alegre, 8 de setembro de 2023 – A semana registrou preços mais altos tanto no quilo vivo quanto nos principais cortes de carne suína do atacado. Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, “os preços foram sustentados com a expectativa de avanço de reposição entre atacado e varejo”.

De acordo com o analista, a entrada dos salários na economia tende a ajustar o consumo. “A carne de frango também está com preços em alta, o que acaba aumentando a atratividade dos cortes de carne suína”, afirma. “A situação da carne bovina também segue sendo um ponto de atenção, mas suas maiores quedas já foram estancadas”, complementa.

Maia destaca que a exportação de agosto atingiu bons resultados. “A carne suína in natura bateu as 100 mil toneladas previstas, o que é positivo. Por outro lado, o preço internacional da tonelada está caindo, o que pressiona as margens das indústrias”, pontua.

“Não há espaço para as margens do produtor ficarem comprometidas, ao menos no médio prazo, caso o milho firme os preços. Além disso, por mais que o viés do milho seja de queda, se a margem do produtor melhorar, será por conta do preço do quilo vivo da carne suína”, conclui.

Preços

Levantamento de SAFRAS & Mercado apontou que a média de preços do quilo do suíno vivo no país avançou 2,58% na semana, passando de R$ 5,64 para R$ 5,79. A média de preços pagos pelos cortes de pernil no atacado aumentou de R$ 10,09 para R$ 9,98 e a média da carcaça de R$ 8,81 para R$ 9,09.

A análise semanal de preços de SAFRAS & Mercado apontou que a arroba suína em São Paulo teve alta de R$ 113,00 para R$ 120,00. Na integração do Rio Grande do Sul, o quilo vivo teve estabilidade de R$ 5,15 e no interior do estado aumento de R$ 5,80 para R$ 6,05.

Em Santa Catarina, o preço do quilo na integração continuou em R$ 5,10. No interior catarinense, o quilo vivo subiu de R$ 5,65 para R$ 5,95. No Paraná, o preço do quilo vivo teve elevação de R$ 5,85 para R$ 6,00 no mercado livre e, na integração, seguiu em R$ 5,25.

No Mato Grosso do Sul, a cotação em Campo Grande teve valorização de R$ 5,50 para R$ 5,60. Na integração, por outro lado, os preços se mantiveram em R$ 5,10. Em Goiânia, o quilo vivo cresceu de R$ 6,00 para R$ 6,10, no interior de Minas Gerais de R$ 6,30 para R$ 6,50 e, no mercado independente, de R$ 6,40 para R$ 6,60. Em Mato Grosso, o preço do quilo vivo em Rondonópolis apresentou progressão de R$ 5,45 para R$ 5,65 e, na integração do estado, seguiu em R$ 5,10.

Exportações

As exportações de carne suína “in natura” do Brasil renderam US$ 237,866 milhões em agosto (23 dias úteis), com média diária de US$ 10,342 milhões. A quantidade total exportada pelo país no período chegou a 100,003 mil toneladas, com média diária de 4,348 mil toneladas. O preço médio ficou em US$ 2.378,60.

Em relação a agosto de 2022, houve baixa de 6,2% no valor médio diário, perda de 5,9% na quantidade média diária e queda de 0,3% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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