Atentos à Ucrânia, grãos seguem em alta em Chicago; trigo no maior nível em 14 anos

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     São Paulo, 1 de março de 2022 – Um comboio militar de cerca de 60 quilômetros da Rússia se aproxima de Kiev, aumentando as tensões na Ucrânia. A sede do governo de Kharkiv, segunda maior cidade do país, foi atacada durante a madrugada. O governo russo resolveu dobrar a aposta, após seis dias de ação no país vizinho e sem contabilizar o avanço esperado. A inteligência americana calcula que Kiev deve cair entre um e quatro dias.

     No mercado, petróleo e grãos sobem acentuadamente e as bolsas caem, ainda avaliando os efeitos da nova onda de sanções do Ocidente à Rússia, que inclui a exclusão dos russos do sistema bancário SWIFT. Além disso, diversos países anunciaram o congelamento de contas russas no exterior.

     A bolsa russa permanece fechada hoje e o rublo estancou o sangramento, após a queda de 30% de ontem, quando a moeda da Rússia atingiu o menor patamar na comparação com o dólar.

     Às 8h25min, o petróleo para abril tinha alta de 3,29% em Nova York a US$ 98,84 o barril. Em Londres, a alta era de 3,89%, com o Brent se mantendo acima de US$ 101 na posição abril.

     Na Europa, as ações registram baixas consistentes. Paris cai 1,9%; Londres, 0,93% e Frankfurt recua de 0,94%. O dólar sobe na comparação com outras moedas e o Index Dollar tinha alta 0,24%. Os índices acionários americanos futuros operam no território negativo.

     Commodities

      As preocupações com o fluxo de grãos e oleaginosas produzidos na Rússia e na Ucrânia seguem impulsionando os preços das commodities agrícolas na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). O movimento é liderado pelo trigo, que sobe mais de 5% nas primeiras posições e atinge o maior patamar em mais de 14 anos.

     O temor é que o conflito se estenda por um longo período e que as exportações ucranianas fiquem impedidas. As sanções à Rússia acrescentam temor sobre o comportamento da oferta global, com os compradores avaliando alternativas de abastecimento de trigo, milho e oleaginosas. Os portos da Ucrânia seguirão fechados durante o conflito e o mercado avalia também problemas de logísticas no território ucraniano em decorrência dos ataques.

     O milho s aproxima dos maiores patamares em 8 meses. A soja reflete o comportamento do mercado mundial de oleaginosas. A preocupação com a oferta de óleo de girassol suplanta a melhora nas condições climáticas na América do Sul e pressionar as cotações futuras.

     Os contratos com entrega em maio do trigo têm elevação de 4,49% e estão cotados a US$ 9,76 por bushel. O milho tem alta de 2,42% a US$ 7,07 3/4. A soja sobe 2,27% e tem preço de US$ 16,74 1/4 por bushel. O café tem alta de 1,35% em Nova York. O açúcar tem ganho de 1,29% e o algodão recua 0,03%.

     Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS e Agência CMA

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