O mercado brasileiro de arroz vive um dos momentos mais críticos dos últimos ciclos. Mesmo com uma safra volumosa que reforça a autossuficiência nacional, a combinação entre excesso de oferta, estoques elevados, exportações em ritmo lento e consumo doméstico estagnado pressiona fortemente a cadeia produtiva, da indústria ao produtor.
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Safra recorde e estoque elevados travam o escoamento da produção
A safra 2024/25 trouxe uma produção robusta, com volume que deve ultrapassar 12 milhões de toneladas (base casca). No entanto, o cenário rapidamente se inverteu. A alta produtividade, combinada a exportações fracas, resultou em um excedente interno difícil de ser absorvido. Sem uma reação consistente no lado da demanda, os estoques de passagem podem ultrapassar 2 milhões de toneladas — um dos maiores volumes dos últimos anos.
Com o avanço da colheita, a indústria mantém uma postura defensiva: compra apenas o mínimo necessário para manter a operação ativa e evita gerar estoques adicionais diante da tendência de queda nas cotações. Armazéns cheios e margens pressionadas refletem esse movimento de contenção.
Exportações lentas e perda de espaço no mercado externo
No comércio internacional, o arroz brasileiro também enfrenta dificuldades. Já no final do primeiro semestre de 2025, as exportações seguem abaixo do necessário para ajudar a equilibrar o mercado. Na expectativa de condições mais favoráveis, muitos produtores deixaram passar oportunidades de venda, perdendo espaço para concorrentes do Mercosul e dos Estados Unidos.
O resultado é claro: em maio de 2025, o Brasil encerrou o mês com saldo negativo de mais de 40 mil toneladas em base casca. Mesmo com preços internos cada vez mais deprimidos, a inserção no mercado externo continua limitada.
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Consumo doméstico estável e preços em queda
Com as exportações esvaziadas e a indústria retraída, a liquidez no mercado interno caiu de forma acentuada. A dificuldade em encontrar compradores vem pressionando os preços para baixo, cenário que se reflete diretamente nas prateleiras do varejo. Promoções agressivas se tornaram comuns — pacotes de 5 kg abaixo de R$ 15 e embalagens de 1 kg na faixa dos R$ 4.
Ainda assim, o consumo doméstico não apresenta crescimento suficiente para absorver o excedente. Mesmo com o apelo promocional, o canal interno continua saturado e incapaz de dar vazão ao volume disponível.
Rentabilidade ameaçada e incertezas para o próximo ciclo
A pressão também chega ao campo. O produtor enfrenta uma rentabilidade cada vez mais espremida entre custos elevados e preços em queda. A alta dos insumos, somada à volatilidade cambial e aos juros altos, encarece o ciclo produtivo e compromete a margem.
Nesse cenário, surgem dilemas difíceis: reduzir área para tentar conter a oferta ou manter (ou até ampliar) a produção para diluir os custos fixos? Em qualquer uma das estratégias, os riscos permanecem altos e a previsibilidade é baixa.
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