Porto Alegre, 10 de março de 2023 – O mercado físico do boi gordo apresentou alta nos preços nesta semana. Os frigoríficos operam com escalas de abate encurtadas, o que tem justificado a recuperação dos preços ao longo da semana, em especial no Centro-Norte do país.
“No que diz respeito ao embargo, não há novidades. O mercado segue em compasso de espera, aguardando o aval chinês. O Brasil já cumpriu com celeridade todas as etapas do protocolo e a OIE sustentou o risco insignificante para propagação da doença no país”, disse o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias. Para acelerar o processo o Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, planeja viagem para a China entre os dias 20 e 22 de março.
O mercado atacadista teve preços acomodados no transcorrer da semana, o ambiente de negócios volta a sugerir por alguma recuperação dos preços no curto prazo, em especial dos cortes do traseiro. O dianteiro e a ponta de agulha estão limitados em função da carne de frango, muito mais competitiva neste momento. Quarto traseiro ainda é precificado a R$ 20,30, por quilo. Quarto dianteiro ainda é cotado a R$ 14,30, por quilo. Ponta de agulha segue no patamar de R$ 14,50.
Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi ficou em R$ 274,00. Em Dourados (MS), a arroba foi indicada em R$ 264,00. Em Cuiabá, a arroba ficou indicada em R$ R$ 240,00. Em Uberaba, Minas Gerais, preços a R$ 260,00 por arroba. Em Goiânia, Goiás, a indicação foi de R$ 250,00 para a arroba do boi gordo.
México
A carne bovina produzida no Brasil pode ser comercializada para o México a partir desta semana. O país já abre o mercado para o produto brasileiro com a habilitação de 34 plantas frigoríficas.
“É um momento histórico para as relações comerciais brasileiras, especialmente para a carne bovina. O Brasil mostra a potência e a grandiosidade da sua pecuária e a expansão de mercados está se tornando uma grande oportunidade para a retomada do crescimento desta atividade econômica. Habilitar 34 plantas frigoríficas para o México é um sonho de mais de uma década que o Brasil tinha e conseguimos realizar”, detalhou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.
Com a publicação dos requisitos zoosanitários para a importação da carne bovina brasileira na noite da segunda-feira (06) pelo governo mexicano, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) conclui a negociação iniciada há mais de 12 anos para a comercialização do produto entre os países. Ainda neste ano, o México ampliou o mercado para a carne suína.
Poderão ser exportadas a carne bovina proveniente de Santa Catarina, que conta com o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) de zona livre de febre aftosa e também a carne in natura e desossada de outros 14 estados brasileiros.
“Vivemos um bom momento, o humor do mundo se tornou favorável ao Brasil, a partir da posse do presidente Lula”, destacou o ministro ao lembrar que, somente em 2023, foram habilitadas plantas frigoríficas para a exportação para a Indonésia e derrubadas as suspensões de mais três frigoríficos para a comercialização aos chineses.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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