Após tombo, preços do boi reagem em março com retomada de vendas à China

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Porto Alegre, 31 de março de 2023 – O mercado físico do boi gordo chega ao final de março ainda tentando reagir após o forte tombo determinado pelo embargo às exportações do Brasil para a China, após o caso atípico de mal da vaca louca registrado no Pará.

De acordo com a SAFRAS Consultoria, em grande parte do mês, diante das interrupções de venda ao país asiático, o mercado apresentou forte declínio nas cotações, com os frigoríficos ausentes da compra de gado e com um aumento da capacidade ociosa por parte das indústrias. O cenário começou a se reverter a partir do último dia 23, quando foi anunciada a reabertura do mercado chinês à carne bovina brasileira.

Segundo analistas de SAFRAS, os preços do boi voltaram a reagir com o retorno dos frigoríficos na busca por animais padrão China. Negócios para a arroba na compra de gado voltaram a patamares entre R$ 300 e R$ 305 na compra, até pelo movimento de retenção de oferta de animais por parte dos pecuaristas no campo.

Até que haja uma normalização das exportações para a China, esperada para a metade de abril, a tendência é de que os preços do boi possam seguir reagindo. Para a SAFRAS Consultoria, contudo, depois que houver um avanço das escalas mais avançadas por parte dos frigoríficos, é possível que o mercado de boi volte a se acomodar novamente, refletindo o cenário de maior oferta disponível previsto para o decorrer de 2023.

Em São Paulo, Capital, a referência para a arroba do boi a prazo ficou em R$ 300,00 no dia 30, contra R$ 270,00 no encerramento de fevereiro, avançando 11,11%. Em Dourados (MS), a arroba foi cotada a R$ 280,00 ante os R$ 260,00 no encerramento de fevereiro, aumento de 7,69%. Em Cuiabá (MT), a arroba ficou indicada em R$ 265,00, avanço de 10,42% frente aos R$ 240 registrados no fechamento do mês passado. Em Uberaba (MG), o preço a prazo foi cotado a R$ 300,00 por arroba, valorização de 15,38% frente ao final de fevereiro. Em Goiânia (GO), a indicação foi de R$ 270,00 para a arroba do boi gordo a prazo, aumento de 8,00% frente aos R$ 250,00 do encerramento do mês anterior.

Mercado atacadista teve negócios calmos ao longo de março

No mercado atacadista, o cenário foi de negócios acomodados no decorrer de março. Mesmo com a retomadas das compras de carne bovina pela China, os preços não chegaram a se recuperar até agora, em meio ao cenário de fraca demanda.

A SAFRAS Consultoria sinaliza que o quarto do traseiro foi cotado a R$ 20,00 por quilo na quinta-feira (30), mesmo valor praticado no fechamento de fevereiro. Já o quarto do dianteiro bovino foi cotado a R$ 14,20 por quilo, ante os R$ 14,50 por quilo praticados no final de fevereiro, acumulando desvalorização de 2,07%.

Exportações de carne bovina permanecem fracas no Brasil

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 518,593 milhões em março (18 dias úteis), com média diária de US$ 28,810 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 107,470 mil toneladas, com média diária de 5,970 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 4.825,40.

Em relação a março de 2022, houve perda de 36,5% no valor médio diário da exportação, queda de 22,3% na quantidade média diária exportada e desvalorização de 18,3% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.

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Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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