Apesar do coronavírus, vendas de café seguem adiantadas no Brasil

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Apresentação do PowerPoint

     Porto alegre, 09 de abril de 2020 – Apesar das dificuldades envolvendo a pandemia do coronavírus, com restrições sociais, entre outras, a comercialização de café da safra 2019/20 do Brasil segue fluindo bem para este período de entressafra. E está adiantada em relação ao ano passado e à media para esta época. É o que mostra o levantamento mensal de SAFRAS & Mercado sobre a evolução da comercialização de café no país.

     A comercialização da safra de café do Brasil 2019/20 (julho/junho) chegou a 89% até o dia 07 de abril. Em relação ao último levantamento, a comercialização evoluiu em 3 pontos percentuais. As vendas estão adiantadas em relação ao ano passado, quando 82% da safra 2018/19 estava comercializada até então. A comercialização está também acima da média dos últimos 5 anos, que é de 88% para esta época.

     Com isso, já foram comercializadas 51,03 milhões de sacas de 60 quilos, tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2019/20 de café brasileira de 57,05 milhões de sacas.

     Segundo o consultor de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, as negociações ganharam ritmo ao final de março e nesse início de abril, superados os problemas de adaptação inicial, causados pelas mudanças nas operações devido ao isolamento para combater o coronavírus. “A melhora na Bolsa de Nova York e a disparada do dólar, no entanto, fizeram o preço físico disparar, o que trouxe o vendedor ao mercado. A demanda continua muito seletiva e exigente por qualidade, o que explica a valorização das bebidas melhores e dos lotes com certificação”, descreve.

     A negociação de arábica alcança 88% da safra. As vendas desses cafés estão bem acima de igual época do ano passado (80%) e ligeiramente mais altas que a média para o período (87%). Já as vendas de conilon evoluíram para 92% da safra, acima de igual período do ano passado (88%) e da média dos últimos 5 anos para o período (90%).

Safra 2020/21

     A alta nos preços também acabou mexendo positivamente com o interesse de venda antecipada de safras futuras, aponta Barabach. E, assim, os negócios a termo voltaram a evoluir bem, não só para a safra brasileira de 2020 como também para as posições com safra 2021 e 2022.

     Segundo ele, nas regiões onde as vendas antecipadas são mais usuais, como é o caso do Sul e Cerrado de Minas e a região da Mogiana em São Paulo, a comercialização voltou a ganhar fôlego. As vendas giram em torno de 35% a 40%, podendo chegar a 45% em algumas regiões. Em igual período do ano passado giravam entre 15% a 20%. Até em regiões pouco tradicionais em vendas antecipadas, como é o caso da região das Matas de Minas, as fixações futuras cresceram, impulsionadas pelos preços altos, indica.

     No caso do conilon, as vendas da safra nova avançaram de forma modesta ao longo do último mês. Em Rondônia já começa a aparecer, de forma bem tímida, café novo no mercado. Já o produtor capixaba tem focado mais sua atenção à colheita que à venda, conclui o consultor.

     Lessandro Carvalho (lessandro@safras.com.br) / Agência SAFRAS Copyright 2020 – Grupo CMA