São Paulo, SP – A JBS divulgou ontem o balanço do quarto trimestre de 2024, com lucro líquido consolidado de R$ 2,4 bilhões, acima do resultado registrado no mesmo período de 2023, que foi de R$ 82,6 milhões. Na comparação trimestral, o aumento foi de 3,5%. Em todo o ano passado, o lucro líquido da companhia totalizou R$ 9,6 bilhões em 2024, revertendo o prejuízo de R$ 1,1 bilhão no ano anterior. Excluindo os itens não recorrentes descritos na página anterior, o lucro líquido ajustado é de R$5,7 bilhões no trimestre e R$14 bilhões no ano.
Às 15h55, a ação da companhia recuava 3,60%, para R$ 39,26.
No período, a receita líquida consolidada somou R$ 116,7 bilhões, 21,1% maior que o visto no mesmo período do ano anterior e 5,6% acima do 3T24. No ano de 2024, a receita líquida atingiu R$ 417 bilhões (US$77,2 bilhões), alta anual de 14,6% em reais.
O ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado foi de R$ 10,8 bilhões, 9,6% abaixo do trimestre anterior e 111,4% superior, na comparação anual. No ano, o Ebitda alcançou R$ 39 bilhões, mais que o dobro do resultado de 2023, com margem consolidada de 9,4%.
Para a XP Investimentos, a companhia entregou um resultado sólido, com destaque para o Ebitda ajustado acima do guidance da empresa, e para a carne bovina dos EUA, que também superou as estimativas da corretora, o que pode levar a revisões positivas de lucros. Do lado negativo, a JBS Brasil e a Austrália foram mais fracas do que o previsto, refletindo preços mais altos do gado, e podem ser o catalisador negativo para as revisões de lucros.
A Genial Investimentos disse que a pressão nas margens tiraria o potencial de alta das ações, mas a dupla listagem mais do que compensa enfraquecimento de fundamentos. “Acreditamos que a compressão das margens que é aguardada para 2025 vs. 2024 em quase todas as unidades de negócio (com exceção de USA Pork) reduziriam o apetite dos investidores com relação ao nome da JBS (mesmo a ação já operando a níveis descontados)”, explicou a Genial.
Segundo o banco de investimentos, tendo em vista o recente forte avanço do preço das ações (+24% em 9 dias), pode haver uma redução considerável no potencial de alta que foi identificado anteriormente via fundamentos estritamente do ponto de vista operacional. “Embora o valuation ainda seja sustentado por um múltiplo de 4,6x EV/EBITDA 25E (vs. 4,8x no histórico) e um FCF Yield 25 de 14%, a deterioração das margens (processo que já começou agora com a divulgação do 4T24) reforça nossa percepção de que, sem progresso na dupla listagem até o segundo semestre deste ano, o principal gatilho de valorização pode se perder”, explicou a Genial, que manteve
recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 48,50.
A Ativa Investimentos disse que o resultado do trimestre foi forte, com destaque para geração de caixa robusta (R$ 5,3 bilhões) e expansão de margens em Seara, PPC e USA Pork, apoiadas por eficiência, demanda firme e menor custo de grãos. Substituição da carne bovina favoreceu mix nos EUA. JBS Beef NA ainda pressionada por ciclo pecuário adverso e alto custo do boi. Alavancagem caiu para 1,89x, reforçando solidez financeira. “Seguimos recomendando a compra da ação, refletindo uma empresa ancorada em diversificação, desalavancagem, recuperação do ciclo bovino e avanço na dupla listagem BR-EUA, com potencial de destravar valor”, concluiu a Ativa, que apontou preço-alvo de R$ 38,70/ação.
Emerson Lopes – emerson.lopes@cma.com.br (Safras News)
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