Porto Alegre, 27 de setembro de 2024 – Em setembro, o mercado de feijão carioca teve um bom início, com compradores reabastecendo e o preço chegando a R$ 305,00 por saca. Segundo o consultor e analista de Safras & Mercado, Evandro Oliveira, essa alta é resultado da oferta de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Paraná. No entanto, conforme o mês avançou, a demanda caiu, e o preço do feijão extra recuou para R$ 280/sc.
“As cotações refletem a cautela dos compradores diante dos altos preços e do fraco consumo no varejo”, explicou.
De acordo com Oliveira, na metade do mês, o mercado continuou hesitante, com vendas de feijões de escurecimento lento a R$ 290/sc. Vendedores liberaram pequenos lotes para estabilizar os preços, mas a procura permaneceu baixa. Em Minas Gerais e Goiás, os preços dos feijões padrão 8 variaram de R$ 210 a R$ 230/sc, enquanto os lotes de qualidade superior eram escassos e pouco procurados.
“Embora a oferta tenha aumentado, a demanda continuou fraca. As expectativas para outubro dependem do reabastecimento nos centros consumidores e da capacidade do varejo em absorver os produtos”, estimou.
Feijão preto
No mercado de feijão preto, conforme Oliveira, os preços se mantiveram elevados em setembro, com a saca variando entre R$ 400 e R$ 420 na Zona Cerealista de SP, enquanto o feijão argentino chegou a R$ 430/sc. A oferta limitada, a entressafra e a forte demanda externa sustentaram essa alta.
“Porém, a proximidade do teto de R$ 420/sc, registrado em fevereiro, moderou novos aumentos, pois a demanda começou a enfraquecer e os compradores hesitaram diante dos altos preços”, afirmou.
Ainda segundo o analista, na segunda semana de setembro, os preços subiram levemente devido à baixa oferta e à valorização do feijão importado. O feijão nacional de qualidade comercial foi negociado entre R$ 400 e R$ 410/sc, enquanto o argentino permaneceu a R$ 430/sc. A estiagem prolongada no Sul dificultou o plantio. No varejo, o preço do feijão preto subiu de R$ 6,50 para quase R$ 10,00 por kg, fazendo consumidores migrarem para produtos substitutos.
Nas semanas seguintes, os preços do feijão de melhor qualidade firmaram-se em R$ 410/sc, enquanto lotes inferiores foram cotados entre R$ 310 e R$ 350/sc. “O mercado mostrou baixa liquidez, com negociações pontuais no Paraná e expectativas de novos ajustes de alta. As exportações de feijão preto entre janeiro e agosto totalizaram 72,65 mil toneladas, aliviando a pressão sobre o mercado interno”, relatou o consultor.
Já na última semana do mês, o mercado permaneceu estável, com os melhores lotes a R$ 410/sc e compradores ainda retraídos. O plantio da safra 2024/25 avançou no Paraná, alcançando 32% da área total plantada. Oliveira destacou que mesmo com os preços estáveis, a fraca demanda e o comportamento dos consumidores impactam o fluxo de negociações, com corretores aguardando sinais mais claros de demanda no varejo.
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Ritiele Rodrigues (ritiele.rodrigues@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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