Porto Alegre, 3 de novembro de 2023 – O mercado brasileiro de soja teve, em outubro, um período de negócios lentos e de poucas alterações nos preços. O plantio se intesificou e os agentes comercializaram mais durante os picos de Chicago e do dólar.
A saca de 60 quilos abriu e fechou o mês a R$ 144,00 em Passo Fundo (RS). Em Cascavel (PR), a cotação passou de R$ 134,00 para R$ 133,00 no mês passado. Em Rondonópolis (MT), o preços seguiu em R$ 126,00. No Porto de Paranaguá, a cotação baixou de R$ 144,00 para R/4 143,00.
Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em janeiro tiveram valorização de 1,27%, encerrando o mês a US$ 13,10 1/2 por bushel. A boa demanda pela soja americana e a preocupação com o início irregular do plantio no Brasil sustentaram as cotações.
No câmbio, o dólar comercial subiu 0,28% no mês passado, a R$ 5,0407. A aversão ao risco no mercado internacional, com o conflito no Oriente Médio acirrando o mau humor, e as preocupações com o cumprimento da meta fiscal ajudaram na valoriização.
Mesmo com essa combinação, o ritmo dos negócios não melhorou no Brasil. Os produtores esperam por um quadro ainda melhor. Mas o analista de SAFRAS & Mercado, Luiz Fernando Roque, alerta que o quadro é baixista para o médio e longo prazos e que os produtores deveriam aproveitar Chicago acima de US$ 13 e dólar por volta de R$ 5,00 para aumentar o volume negociado.
USDA
Os estoques finais estão projetados em 220 milhões de bushels ou 5,99 milhões de toneladas. O mercado apostava em carryover de 236 milhões ou 6,42 milhões de toneladas. Não houve alteração na comparação com setembro. O USDA elevou a estimativa para o esmagamento de 2,29 bilhões para 2,3 bilhões de bushels. A exportação teve sua estimativa reduzida de 1,79 bilhão para 1,755 bilhão de bushels.
O USDA projetou safra mundial de soja em 2023/24 de 399,5 milhões de toneladas. Em setembro, a previsão era de 401,33 milhões. Os estoques finais estão foram reduzidos de 119,25 milhões para 115,62 milhões de toneladas. O mercado esperava um número de 119,6 milhões de toneladas.
A projeção do USDA aposta em safra americana de 111,7 milhões de toneladas. A safra brasileira foi projetada em 163 milhões de toneladas. Para a Argentina, a previsão é de produção de 48 milhões de toneladas. Não houve alterações nas estimativas. A China deverá importar 100 milhões de toneladas, também inalterada.
Os estoques globais em 2022/23 estão estimados em 101,89 milhões de toneladas, enquanto o mercado apostava em 103,3 milhões de toneladas.
Dylan Della Pasqua (dylan@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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