Ano foi desafiador para o setor de suínos, com custo de produção elevado

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     Porto Alegre, 23 de dezembro de 2021 – O ano de 2021 se aproxima do final e pode ser considerado desafiador para a suinocultura brasileira. O analista de SAFRAS & Mercado, Allan Maia, ressalta que o preço médio mensal do suíno vivo no Centro-Sul do Brasil apresentou um movimento lateral ao longo de todo o ano e não conseguiu deslanchar, mesmo com o alto fluxo de exportações registrado pelo setor.

     O custo de produção, por outro lado, mostrou um movimento ascendente ao longo de 2021, puxado pelo milho especialmente, o que deixou as margens da atividade bastante pressionadas, sendo um dos fatores de maior preocupação para os suinocultores brasileiros.

     Outro fator que inibiu um melhor preço para o quilo do suíno vivo foi a grande concorrência enfrentada pela carne de frango. “Em um ano marcado por inúmeras incertezas econômicas, o consumidor médio brasileiro acabou optando pela carne de frango, o que contribuiu para alavancar os preços dessa proteína a patamares recordes em grande parte do ano, inibindo um melhor quadro para a suinocultura”, explica.

     Quanto às exportações, Maia afirma que o Brasil seguiu dependente da China. “Os chineses adquiriram cerca de 50% do volume exportado pelo país entre janeiro e novembro. Se forem somadas as vendas para Hong Kong, essa participação chega a 63%”, comenta.

     Entretanto, em outubro e novembro, a China desacelerou as compras do Brasil, o que trouxe apreensão ao mercado, uma vez que a demanda doméstica não é capaz de absorver um incremento na oferta que deixou de ser embarcada sem que haja reflexos nos preços internos. “Vale destacar ainda que a China renegociou contratos ao longo do ano e os preços da tonelada na exportação declinaram, o que deverá ser um ponto de atenção para o setor no próximo ano”, conclui.

     Arno Baasch (arno@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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