Porto Alegre, 27 de dezembro de 2023 – A avicultura registrou um 2023 único, com marco de novos recordes e desafios para os produtores. De acordo com o analista de SAFRAS & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, até o início do segundo semestre, o ano foi pautado por um alojamento recorde e exportações extremamente agressivas de carne de frango.
Iglesias afirma que o setor tinha uma perspectiva favorável para a exportações neste ano, que de fato se confirmou. “O que acabou prejudicando o resultado nisso tudo foram os preços pagos pela carne de frango no mercado internacional, que não foram bons. Não foi possível observar uma elevação e, com isso, as cotações ficaram mais baixas se comparadas com 2022”, explica.
Os preços mais baixos impactaram na receita de exportação, que cresceu menos de 2%. O volume, por sua vez, cresceu de 9% a 10%. Iglesias ainda pontua que o Brasil deve bater o recorde de exportação em 2023, faltando apenas os números de dezembro para serem consolidados.
Iglesias ressalta que essa larga produção deve continuar em 2024. Neste segundo semestre, foi possível observar um alojamento de pintinhos de corte mais comedido, em função justamente da adequação e ajuste da produção. “O setor conseguiu sair de uma crise muito grave, que vivia com margens muito negativas até o terceiro trimestre do ano. O corte no alojamento foi útil justamente para acomodar as expectativas em relação a preços, permitindo uma melhora nas cotações e, consequentemente, das margens”, destaca.
Para o primeiro semestre de 2024, o analista estima que o alojamento deve seguir discreto, pois será um período difícil em relação ao abastecimento de milho. Por outro lado, o Brasil deve seguir como melhor alternativa para fornecimento global de carne de frango. “É nítido. Mesmo com a presença da gripe aviária no país, isso não deve mudar”, afirma.
Por fim, Iglesias diz que o mercado continuará caminhando para exportar bons volumes em 2024. “Será difícil repetir os números deste ano, até porque tivemos um mês de março muito fora da curva, onde exportamos mais de meio milhão de toneladas de carne de frango. Não é tão simples assim repetir estes números”, disse. “Terá um pouco mais de carne de frango disponível, mas não chegará a ser algo fora do normal, crescendo a disponibilidade interna entre 1% e 2%”, conclui.
Pedro Carneiro (pedro.carneiro@safras.com.br) / Agência SAFRAS
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