Anfavea vê alta de vendas internas, produção e exportação de máquinas em 2021

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Porto Alegre, 8 de janeiro de 2021 – A economia brasileira e o setor de máquinas agrícolas devem crescer em 2021. A expectativa é da Associação Nacional de dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). O presidente da entidade, Luiz Carlos Moraes ressalta que a estimativa é conservadora. “O Brasil vai crescer, mas temos desafios que vão afetar este movimento”.

Em coletiva de imprensa, o dirigente elencou alguns destes desafios: a questão fiscal impacta diretamente levando em conta o controle dos gastos pelo governo e a dívida do país; o câmbio deve seguir exercendo pressão sobre os preços, principalmente sobre os insumos importados; a fragilidade do mercado de trabalho também traz incertezas. Moraes lamentou a crise sanitária e a chegada do Brasil à marca de 200 mil mortes pela Covid-19. “É um assunto muito triste para nós. Há uma projeção de aumento das contaminações e o impacto disso até a imunização nos preocupa. O modo como os governantes vão decidir sobre os fechamentos e restrições pode afetar o comércio e as questões logísticas e a de oferta, considerando o risco de falta de peças, sejam importadas ou produzidas localmente”, disse.

Durante boa parte da coletiva, o presidente da Anfavea reclamou do aumento da carga tributária, principalmente do ICMS no Estados de São Paulo. “Foi uma surpresa negativa no final de 2020, que passa a valer em 15 de janeiro deste ano. Isso traz um desafio adicional ao nosso setor”, lamentou Moraes. O vice-presidente da entidade, Alexandre Bernardes, disse que esse aumento impacta direta e indiretamente sobre o setor de máquinas agrícolas. “Outros segmentos também estão sendo impactados pelo aumento. Não é o momento de vir com esse tipo de medida, o governo de São Paulo poderia ter adotado outras medidas. Isso traz dificuldades a todo o setor do agro no estado”, disse.

Por outro lado, os dirigentes da Anfavea projetam pontos positivos para 2021. Na macroeconomia, a entidade vê expectativa de crescimento de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil sobre 2020. No crédito, as condições – prazos e taxas – são favoráveis. A projeção é de que a Selic suba para 3%. Os preços devem ser pressionados pelo aumento de custos, com IPCA de 4%. A entidade imagina que o dólar flutue na faixa de R$ 5,00, com eventuais volatilidades. Por fim, a confiança do consumidor e do investidor está prejudicada no curto prazo, mas a retomada deve acontecer com a vacinação. “Se tivermos uma imunização mais apurada, podemos ter um momento mais propício, com o consumidor mais positivo para fazer investimentos”, projetou Moraes.

Projeções 2021

A venda de máquinas agrícolas no Brasil deve crescer 5% em 2021. Segundo a Anfavea, o número deve passar de 41,8 mil unidades em 2020 para 50,3 mil unidades neste ano.

As exportações tem crescimento projetado em 9%, passando de 8,6 mil para 9,4 mil unidades em 2021. A produção de máquinas agrícolas tem o maior crescimento percentual projetado – 23% – passando de 47,9 mil unidades em 202 para 58,8 mil unidades em 2021.

Gabriel Nascimento (gabriel.antunes@safras.com.br) / Agência SAFRAS

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